PM que matou adolescente em SP é denunciado por homicídio

Ministério Público paulista entendeu que o policial militar Thiago Guerra não observou doutrinas da corporação em abordagem que resultou na morte da estudante Victoria Manoelly, de 16 anos

Victoria Manoelly dos Santos, 16, foi morta por tiro que saiu de arma de Policial Militar | Foto: Reprodução

O policial militar Thiago Guerra foi denunciado por homicídio qualificado pela morte da adolescente Victoria Manoelly dos Santos, de 16 anos. Para o Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP), Thiago não observou as doutrinas das polícias ao dar uma coronhada no irmão de Victória, o que levou ao disparo da arma de fogo.

“Assim agindo, o denunciado assumiu o risco de produzir o resultado morte da ofendida”, escreveu Fernando Barbado Rubin. A denúncia foi feita na quarta-feira (29/1).

Leia também: PMs rondaram velório de adolescente morta em Guaianases

Para Fernando, o crime foi praticado com recurso que dificultou a defesa de Victória, já que a adolescente estava detida e cercada por policiais quando foi atingida. Ele também pediu acesso às imagens, em alta resolução e com áudio, da câmera corporal usada pelo policial durante a ocorrência.

Outro ponto solicitado foi que seja fixado um valor mínimo de reparação pelos danos causados pela morte da adolescente.

Relembre o caso

Victória Manoelly foi morta com um tiro disparado pela arma do sargento Thiago Guerra no dia 10 deste mês, em Guaianases, na zona leste de São Paulo. Victória e o irmão Kauê Alexandre dos Santos Lima, 22, estavam com a mãe Vanessa Priscila dos Santos, em frente a um bar. Do estabelecimento, o grupo viu uma pessoa correndo, aparentemente fugindo de policiais.

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Depois de passar correndo, Thiago voltou ao bar e passou a abordar Kauê. Guerra acertou uma coronhada no jovem — momento em que a arma disparou e acertou Victória. Para a Polícia Civil, o PM agiu com dolo eventual por assumir o risco de matar ao dar a coronhada. O PM teve a prisão preventiva decretada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP).

A Ponte revelou que o velório da adolescente foi marcado pela presença policial. Um familiar da adolescente contou que os mesmos agentes que participaram da ocorrência circularam em viaturas no entorno do velório, em aparente atitude de intimidação, próximo ao Cemitério Municipal de Guaianases.

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