No vídeo, passageiro afirma que estava trabalhando; abordagem teria acontecido porque um grupo de pessoas teria entrado sem pagar
Um vídeo que circula pelas redes sociais mostra policiais militares xingando e tirando passageiros à força de dentro de um ônibus no Terminal Parelheiros, no extremo sul de São Paulo, segundo o prefixo que aparece na filmagem. As imagens foram postadas na madrugada desta quarta-feira (12/2).
A Ponte apurou que um dos policiais gravados seria um tenente do 50º Batalhão da zona sul da capital paulista, que atende a região.
No vídeo, é possível escutar os PMs ordenando “desce”. Na sequência, um dos policiais entra no coletivo e diz: “Desce, caralho! Você também, seu cuzão”. Um passageiro responde: “Você vai me revistar e ver que eu estava trabalhando, mas eu vou descer por respeito”.
O autor da publicação, depois de notar a repercussão, apagou a postagem original em seu Facebook. Nos comentários da publicação, havia a indicação de que a ação da PM teria começado porque algumas pessoas embarcaram no ônibus sem pagar.
Em conversa com a Ponte, uma das pessoas que estava no ônibus afirmou que o fato aconteceu por volta das 2h do sábado (8/2) e que, antes da chegada ao terminal, a PM já teria sido truculenta com um grupo que estava em um baile funk nas imediações. “Está cada vez pior. Não se pode sair mais na rua. Eu moro num local isolado, eu procuro já nem sair. Nesse dia, as pessoas entraram pra dentro do terminal e dos ônibus por medo, porque já estava acontecendo agressão na rua”, relatou o jovem, que pediu para não ser identificado.
As imagens mostram pessoas descendo do coletivo após a ordem da polícia e, na sequência, o policial vai para o corredor do ônibus e, bastante nervoso, atinge algumas pessoas com o cassetete.
Outro lado
A Ponte enviou o vídeo à Secretaria de Segurança Pública de São Paulo e à Polícia Militar, questionando se essa é a abordagem adequada a ser feita em uma situação como a exposta nas imagens. Às 18h55 do dia 12 de fevereiro, a InPress, assessoria de imprensa terceirizada da pasta, explicou que a PM determinou “a imediata e rigorosa apuração dos fatos”.
“O agente, assim que identificado, será afastado do serviço operacional até a conclusão das investigações”, complementou a secretaria. A PM enviou posicionamento com a mesma versão, ressaltando que o policial ficará em serviço administrativo, mantendo seus salários, até o fim das investigações.
Reportagem atualizada às 19h39 do dia 12 de fevereiro para incluir respostas da SSP e da PM e às 10h02 do dia 13 de fevereiro para incluir mais informações a partir do relato de uma testemunha