Soldados atuavam no mesmo batalhão em que 42 PMs foram presos e condenados por envolvimento com o PCC, no ano passado
Dois soldados da Polícia Militar de São Paulo foram presos, na noite da última sexta-feira (21/8), suspeitos de terem furtado R$ 53 mil durante uma abordagem em Americanópolis, na zona sul da cidade de São Paulo.
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Segundo informações da própria PM, a Corregedoria da corporação foi acionada ontem, por volta das 21h, para investigar uma denúncia na 3ª Companhia do 22º Batalhão Metropolitano, local de trabalho dos dois policiais militares, que fica na Cidade Ademar, bairro vizinho de onde teria acontecido a abordagem criminosa. Ali, localizaram o dinheiro furtado.
O batalhão é o mesmo que, no ano passado, deu origem ao maior julgamento coletivo da história da Justiça militar brasileira, no ano passado. Na ocasião, 42 PMs da unidade foram condenados em primeira instância por envolvimento com a facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) e outros 11 foram absolvidos.
Antes de chegar à unidade policial, a Corregedoria acionou o PM responsável pelo curso de formação de praças do Batalhão para fazer as buscas iniciais. Durante vistoria na viatura policial usada pela dupla de soldados, os superiores não localizaram nada de ilícito.
Os policiais militares, então, foram até a Companhia de atuação dos suspeitos. A vistoria no alojamento também não localizou nada, mas a busca no carro pessoal de uma soldado que realizou a abordagem localizou o dinheiro, em espécie. Não está claro como a Corregedoria chegou aos suspeitos.
A policial dona do veículo e seu companheiro de patrulhamento foram presos em flagrante por peculato-furto, quando o criminoso usa seu trabalho de servidor público para tirar dinheiro de outra pessoa. Com o agravante de envolver valor superior a 20 vezes o salário mínimo, a pena prevista no Código Penal Militar é de 4 a 20 anos de reclusão.
Os dois soldados foram levados para o Presídio Militar Romão Gomes, na zona norte de São Paulo, destinado a policiais acusados e condenados por crimes. Foi instaurado um Inquérito Policial Militar para apurar o caso.
A PM não deu detalhes sobre como ocorreu o furto, nem quem foram suas vítimas. A Ponte Jornalismo não conseguiu identificar os policiais suspeitos nem falar com seus advogados.
[…] Por Fausto Salvadori – Repórter da Ponte […]