Soldados foram detidos a 100 metros do 43º Batalhão da PM, onde atuam; há duas semanas, policiais civis foram detidos após churrasco em delegacia
Os soldados Vitor Clímaco Sacramento e Guinters Lemos de Oliveira foram presos em flagrante por consumo de bebida alcoólica dentro da viatura durante horário de serviço, na noite de sábado (26/9), a pouco mais de 100 metros do 43º Batalhão da PM, na região do Jaçanã, na zona norte da capital paulista.
Segundo o registro da ocorrência, uma patrulha da Corregedoria da corporação recebeu a denúncia de que a dupla estaria fazendo o consumo de bebidas na altura do número 94 da Rua Michel Ouchana e foi até o local. Os policiais foram submetidos a exames no Hospital da PM e tiveram a embriaguez identificada.
O soldado Vitor foi autuado por prevaricação, que é quando o funcionário público deixa de exercer sua função, cuja pena no Código Penal Militar varia de detenção de seis meses a dois anos. Já Guinters foi autuado por conduzir a viatura sob efeito de álcool, crime no Código Brasileiro de Trânsito que prevê pena de prisão de seis meses a três anos, além de multa e suspensão da carteira de habilitação. Também responderá na esfera militar por comportamento contra os valores da corporação.
Há duas semanas (13/09), a Ponte revelou que policiais civis do Denarc (Departamento Estadual de Investigações sobre Entorpecentes), especializados no combate às drogas, foram flagrados dirigindo bêbados após saírem de um churrasco em uma delegacia.
O policial civil Afonso Ariovaldo Beviani Junior foi parado em uma blitz da PM, na Ponte das Bandeiras, próximo ao Terminal Rodoviário do Tietê, na zona norte da cidade, e estaria dirigindo embriagado. Na ocasião, conforme depoimento dos policiais militares, Beviani Junior tentou apresentar uma carteira de habilitação em nome de seu pai, já morto e vencida havia 10 anos. Em outro veículo, o policial civil Renato do Nascimento Prado, parado no local, também apresentava sinais de embriaguez.
O que diz a PM
A Ponte tentou localizar advogados dos soldados, mas não teve resposta. O tio de Vitor disse que mora no interior do estado e soube do ocorrido pela reportagem, não sabendo informar quem poderia ser o defensor do sobrinho nesse caso.
A reportagem também procurou as assessorias de imprensa da PM e da Secretaria de Segurança Pública e solicitou entrevista com os policiais.
A Inpress, assessoria terceirizada da SSP, informou que responderia por meio de nota. A pasta confirmou as prisões em flagrante e declarou que “a corporação não compactua com desvios de conduta de seus agentes e apura com rigor todas as denúncias”. Já o caso dos policiais do Denarc, segundo a secretaria, segue em apuração na Corregedoria.