Festival 11 Anos da Ponte Jornalismo reúne artistas, ativistas e acadêmicos para discutir direitos humanos e segurança pública em painéis de debate e shows no sábado (29/3), no Sesc Vila Mariana, em São Paulo, com entrada franca

Voz persistente na ampliação do debate sobre direitos humanos na última década, dando visibilidade e amplificando vozes de grupos marginalizados e vitimizados por agentes do estado e opressões de classe, raça ou gênero, a Ponte Jornalismo celebra este mês seus 11 anos de existência. O evento acontece sábado (29/3) no Sesc Vila Mariana, em São Paulo, com shows, painéis de debates e encontros do público com a equipe de jornalistas e ativistas.
“Há 11 anos iniciamos a busca de fazer um jornalismo que desejávamos, um jornalismo de interesse público, com foco em pautas sociais, que ampliasse vozes e produções de conhecimentos historicamente invisibilizados”, lembra o diretor de sustentabilidade e projetos especiais da Ponte, Antônio Junião.
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“Ainda hoje enfrentamos muitos desafios, como nos manter sustentáveis, enquanto uma organização sem fins lucrativos, nesse mar de incertezas que assombra o campo do jornalismo digital”, conta Junião, que também é cartunista do portal de notícias e grandes reportagens sobre direitos humanos e segurança pública. “Mas com muitas alegrias também, diante dos impactos positivos que a Ponte vem causando na sociedade desde a sua chegada — com histórias que têm ajudado, por exemplo, a soltar centenas de pessoas presas injustamente no país.”
Impactos na mídia tradicional
O diretor de sustentabilidade e projetos ressalta também os impactos positivos que a atuação da Ponte trouxe à forma como se faz jornalismo de polícia e segurança pública no Brasil. “Como diz a doutora em Comunicação Rosane Borges, a Ponte tem atuado como pauteira de veículos da imprensa tradicional, que passaram a ter uma cobertura mais humana na área de segurança pública e direitos humanos”, afirma.
“Esses veículos vêm entendendo cada vez mais que violações de raça, gênero e classe são estruturas presentes na violência de estado. E, hoje em dia, é possível ler no noticiário tradicional manchetes como ‘Homem negro é assassinado pela polícia’ ou ‘Pessoas negras são presas injustamente’. Isso, em grande parte, é mérito da Ponte“, comemora Junião.
Fazem parte da programação do festival painéis de debates sobre punitivismo jornalístico e fortalecimento da democracia, show do Pagode na Lata — projeto que promove cultura, lazer e redução de danos para os usuários que frequentam a Cracolândia — e intervenção artística de poesia slam com o poeta, contista e músico Akins Kintê.

Programação:
Confira abaixo a programação completa do Festival 11 anos da Ponte Jornalismo no Sesc Vila Mariana.
15h – ABERTURA COM INTERVENÇÃO ARTÍSTICA
Poesia slam – Akins Kintê
15h15 – PAINEL – “Punitivismo jornalístico e midiático: o que raça, gênero, classe e território têm a ver com isso”
Palestrantes:
Railda Alves – Amparar
Nathália Oliveira – Iniciativa Negra Por uma Nova Política Sobre Drogas
mediação – Catarina Duarte / Ponte Jornalismo
16h45 – INTERVALO
17h15 – INTERVENÇÃO ARTÍSTICA
Poesia slam – Akins Kintê
17h30 – PAINEL – “Ponte 10 anos: narrativas e impactos do jornalismo de causas no fortalecimento da democracia”
Palestrantes:
Débora Silva – Mães de Maio
Rosane Borges – jornalista, escritora e doutora em Ciências da Comunicação
mediação – Jéssica Santos/Ponte Jornalismo
19h30 – MÚSICA (programação da unidade) – Pagode na Lata
Serviço:
Data: 29 de março (sábado)
Horário: das 15h às 19h
Local: SESC Vila Mariana – Praça de Eventos
Endereço: Rua Pelotas, 141 – Vila Mariana, São Paulo, SP
Entrada: GRATUITA