No episódio 68, o debate é a transição de gênero do repórter da Ponte Caê Vasconcelos e como podemos avançar tendo diversidade no jornalismo
Nesta semana, o repórter Caê Vasconcelos contou aos leitores da Ponte seu processo de transição. “Alguns de vocês me conheceram como Paloma. As pessoas mais próximas podem achar que foi repentino Paloma se tornar Caê, mas, para mim, essa transformação começou há 3 anos”, ele escreveu.
No episódio 67, a editora e repórter Maria Teresa Cruz tem um papo aberto com Caê Vasconcelos sobre a experiência pessoal desse processo, as dificuldades, a alegria de tomar a decisão desse entendimento e os temores. “Sei que estamos num momento complicado, da pandemia, do isolamento, mas mesmo assim decidi iniciar a transição. Foram 29 anos esperando para isso, não conseguia mais esperar”, comenta.
Maria e Caê conversam também sobre as construções sociais de masculinidade e feminilidade. “Não posso virar aquilo que sempre quis destruir. Entendo meus privilégios e tenho que manter a convicção do engajamento na luta antirracista. Um amigo me perguntou: ‘você odeia homem hétero branco, como tá sendo se tornar um’. E eu disse: ‘Não. Não serei esse padrão’. Eu falei para a Raquel, minha companheira, que não somos um casal hétero. Somos dois corpos LGBT”.
Além disso, os jornalistas debatem como o jornalismo ainda replica transfobia em suas coberturas e como não cair em algumas “ciladas” quando alguém vai contar uma história que envolva, em alguma medida, a população LGBT+.