Por que exigir que institutos de pesquisa ‘acertem’ resultados de eleição é impossível

Em entrevista à Ponte, Marcelo Soares, da consultoria Lagom Data, explica os problemas que ocorreram com as pesquisas nas eleições de 2022 e ataca projeto de lei do governo Bolsonaro: “proibição imbecil”

Urna eletrônica em funcionamenteo | Foto: Fábio Pozzebom / Agência Brasil

Ainda no domingo (2/10), enquanto os resultados das urnas a cada momento mostravam discrepância considerável das pesquisas eleitorais divulgadas na semana anterior, começava uma campanha para desacreditar os institutos que estavam monitorando o humor dos brasileiros no pleito nacional de 2022.

Rapidamente acusações de “fraude nas pesquisas” ganharam a boca do presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL), substituindo a tal “fraude nas urnas”. O movimento contra os institutos de pesquisa chegou a ideias completamente furadas, como a proposta totalitária de lei do deputado federal Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo na Câmara, que visa punir pesquisas que “errem” os resultados das urnas.

Na terça-feira (5/10) a equipe da Ponte apresentou um Space no Twitter para realizar um balanço do resultado eleitoral. Nosso convidado foi Marcelo Soares, do estúdio de inteligência de dados Lagom Data, que deu um panorama bastante sincero sobre a questão. “Todas as pesquisas estão erradas”, brinca Marcelo, “as boas estão menos erradas que as outras”.

O jornalista especializado em dados acredita que é preciso entender melhor o que são pesquisas eleitorais, que sempre vão trazer certo grau de incerteza. “Não podemos ficar nessa de ‘errou’ ou ‘não errou’”, explica. Além disso, há a dificuldade de se lidar com o eleitor bolsonarista, que desconfia bastante de institutos e mesmo do método científico. 

Marcelo também afirma que projetos como o de Barros não vão acabar com as pesquisas eleitorais, só vão esconder seus resultados do público geral. “Tem pesquisas que são feitas regularmente o ano inteiro e ninguém fica sabendo, porque são feitas para uso interno”, conta. “Mesmo havendo uma proibição imbecil, as pesquisas nunca vão deixar de existir”.

Leia abaixo a conversa na íntegra

Ponte — O que foi que aconteceu em relação aos percentuais diferentes entre as pesquisas e os resultados das eleições? O que que você pode contar para gente?

Marcelo Soares — As pessoas que fazem parte dos institutos, se você vai perguntar para o [Antonio] Lavareda, para a Renata Nunes, para a Márcia Cavallari, todos eles vão dizer que o mais importante é que a pesquisa não é uma previsão de futuro, a pesquisa não é uma bola de cristal.

O que eu acho mais complicado é que o os institutos que os apoiadores de Bolsonaro acham que estão errados são os que acertaram, que chegaram muito perto ali de enxergar o que estava acontecendo com a votação do Lula (PT), do Ciro [Gomes] (PDT), da [Simone] Tebet (MDB), menos a do Bolsonaro, e não as pesquisas que davam o Bolsonaro na frente. Essas eles não falam que erraram. Esses institutos os apoiadores de Bolsonaro compartilharam violentamente no WhatsApp, no Telegram, etc. 

Marcelo Soares, da Lagom Data | Foto: Divulgação

Ponte —  Não é que todas as pesquisas erraram. 

Marcelo Soares — Eu te digo até o seguinte: todas as pesquisas estão erradas. As boas estão menos erradas do que as outras. E qual é a grande questão? A gente não sabe o que passa na cabeça das pessoas. A gente não tem ideia do que as pessoas estão achando. O que a pesquisa faz é tentar aplicar alguma coisa parecida com o método científico (alguma coisa parecida, porque é impossível controlar variáveis na população) para tentar obter uma amostra, o mais representativo possível da população, para dessa amostra tentar tirar opiniões. Só que às vezes tem fatores que influem na maneira como as pessoas opinam e que não é possível controlar.

Um fator importante, por exemplo, nas eleições de 2018 e nas desse ano foi provavelmente a religião. Como é que a gente vai fazer uma uma amostra representativa por religião se a gente está sem Censo há 12 anos? A gente não sabe se os evangélicos são um quarto da população, um terço ou quase metade. A gente não faz ideia para calibrar a amostra por esse fator que é tão divisivo. 


Agora, se tu vai olhar as melhores pesquisas, pesquisas com maior reputação, e tirar a média do resultado delas, que foi o que eu fiz na Lagom Data, o resultado ficou muito próximo do que as pessoas enxergaram para o Lula, para o Ciro, para a Tebet. As pesquisas captaram a disputa ferrenha pelo pelo quarto lugar entre Ciro e Tebet, vencida por Ciro no final. 

Captaram que ia chegar muito perto de uma decisão no primeiro turno. E a maior parte das pesquisas não dava a decisão no primeiro turno, elas davam 50% com margem de erro de dois pontos para cima ou para baixo. Isso não é cravar primeiro turno. 

As pesquisas, em média, chegaram muito perto de mostrar este retrato. O que elas não conseguiram mostrar foi o eleitorado do Bolsonaro. O que pode estar acontecendo nesse eleitorado? Uma coisa importante de se verificar é se não houve campanha subterrânea nos WhatsApps da vida, no Telegram, para sabotar as pesquisas. Se um pedaço da população atende menos as pesquisas do que outros pedaços da população, as pesquisas vão acabar subnotificando esse pedaço da população. 

Isso aconteceu em 1998, em Porto Alegre, quando Olívio Dutra [então candidato do PT] venceu o Antônio Brito [então candidato do antigo PMDB] para o governo do estado. Os eleitores do PT diziam: ‘poxa o Ibope foi contratado pela Zero Hora e a Zero Hora é fã do Antônio Brito, então o Ibope eu não respondo’. No fim o Ibope sempre subnotificava a votação no PT, mas os institutos locais davam PT na frente.

Como o Ibope tinha mais tradição do que os locais, era percebido como se os locais estivessem sendo petistas, só que tinha instituto local do jornal que era de propriedade de um plantador de soja, não tinha como aquele cara ser petista. E os [institutos] locais, com os quais os petistas falavam, acabaram chegando mais perto de mostrar o resultado. 

E para chegar a essa amostra da população: um exame de sangue é uma pesquisa amostral, mas o sangue é homogêneo no corpo inteiro, é só colocar uma agulha em qualquer veia do corpo, mas a população se distribui de maneira desigual no território. Você tem que atingir pessoas dos pontos mais diversos possíveis da população para pegar uma distribuição que seja a mais parecida possível com a distribuição que a gente tem no Brasil.

Cada instituto tem uma maneira de tentar fazer isso, tem a sua receita de bolo, um mecanismo de chegar a isso, seja face a face, telefone, ou online, uma receitinha de qual é o cálculo que ele faz, de quantas pessoas, de qual maneira ele tem que pegar para representar essa população. 

Quando a gente fala que a pesquisa é um retrato no momento, imagina que cada instituto colocou um fotógrafo num lugar diferente do estádio para fotografar o gol. Primeiro lugar que tu não sabe para qual lado vai ser o gol. Então, se o instituto resolve que ele pega a melhor imagem possível do gol tendo um fotógrafo atrás da trave, ele tem que ter um fotógrafo atrás de cada trave. Se o instituto resolver botar um drone em cima do estádio, colocar um fotógrafo na cabine com uma lente telescópica, vai variar a qualidade da imagem. Um vai pegar uma imagem mais nítida do que o outro, etc. Com pesquisa é mais ou menos assim também. 

Ponte — Parece que o voto bolsonarista foi o mais difícil de ser detectado. E entre outras coisas teve também um aspecto que teve pesquisador do Datafolha ameaçado pelas milícias quando foi fazer pesquisas em São Gonçalo. Existe uma questão do jeito de como lidar com o voto bolsonarista? 

Marcelo Soares — Sim, isso é muito importante ali, porque as pesquisas viraram um alvo. Elas foram certamente um assunto muito forte nos WhatsApps da vida, mas elas viraram um alvo também dentro de certas campanhas. Para governador, tem uma outra questão que eu acho que é muito importante a gente ter em mente que é a quantidade absurda de indecisos, de pessoas que não sabiam em quem iam votar.

A eleição presidencial ganhou uma centralidade tão grande no debate político brasileiro que muita gente sequer estava lembrando que ia ter que votar para governador.  E para o legislativo é pior ainda, sempre foi pior ainda. Para deputado é muito difícil fazer pesquisa, porque são centenas de candidatos e setenta cargos, só em São Paulo. Para senador, com um cargo só, seria mais fácil se não fosse uma decisão que as pessoas deixam pra fazer muitas vezes na frente da urna.  

Para governador de São Paulo, além da predisposição possível dos eleitores bolsonaristas de falar ou não falar com o instituto, tem essa questão do não sabe. E outra questão importante a se levar em conta é que o eleitor do Bolsonaro mente muito. 

Existe uma questão importante em metodologia de pesquisa, que está sendo discutida desde a eleição do Trump em 2016. O pessoal chama de “voto envergonhado”, mas eu não acredito em bolsonarista envergonhado. É uma outra coisa, que tu é entrevistado por alguém na rua olhando no olho, o cara fica com vergonha de ser julgado, fica com um certo receio de ser julgado porque quem está falando com ele e não revela a sua verdadeira opinião. Ele fala “eu vou votar em branco”, “ah eu não sei em quem eu vou votar”. 

Isso existe, mas não tem como saber a extensão disso porque é uma opinião que não é dada. O pesquisador só sabe a opinião que foi dada, só vai saber a opinião de quem fala com o instituto,  o que que a pessoa diz. E o instituto só tem como captar o que a pessoa diz hoje, que vai dizer amanhã, com base no que sabia até ontem. E isso já é um negócio complicado pra caramba. Fazer e calibrar a amostra já é uma coisa bem bem difícil. E agora, além de tudo isso, ainda tem que lidar com com um público que é contra a qualquer tentativa de gerar conhecimento. As pessoas são contra a imprensa, universidades, contra pesquisas de opinião. Captar a opinião de pessoas que são assim é extremamente difícil. 

Ponte — De alguma forma os institutos podem perder a credibilidade em não fazer pesquisa de boca de urna? Quando essa pesquisa é feita, a boca de urna sai igual ao resultado das urnas, e aí o instituto mostra que capta o retrato do momento.

E agora estamos lidando com propostas completamente anticientíficas absurdas, totalitárias, de querer proibir pesquisa eleitoral, proibir divulgação de pesquisa, punir um instituto de pesquisa que “errar resultado”. De onde sai esse pensamento e como a gente pode se precaver?

Marcelo Soares — A pesquisa de boca de urna foi “assassinada” pela urna eletrônica. Esse “assassinato” ocorreu ao longo de de de vários ciclos eleitorais, mas basicamente a velocidade de apuração dos votos na urna eletrônica torna inviável ter uma pesquisa boca de urna nacional feita, processada e divulgada antes do resultado da eleição.

Esse ano eu achei até bem lenta a apuração, fiquei até sete da manhã atualizando os dados porque algumas urnas estavam sendo contadas manualmente em Coari no Amazonas. E não foi o [fuso] horário, é outra coisa. Pode cair o gerador, pode contar manualmente e foi o que aconteceu. 

O que matou a pesquisa boca de urna foi a rapidez da apuração com a urna eletrônica. É muito difícil porque é um forte argumento. A boca de urna tem uma vantagem que as outras pesquisas não têm, que é só falar com quem foi votar. E a abstenção é uma baita questão, é uma coisa importante de observar. No dia da eleição, eu soube de histórias que idosos foram votar mesmo não pretendendo votar porque receberam no WhatsApp informação de que votar contaria como prova de vida para o INSS, que é um perrengue que o aposentado tem que passar todo ano. Então, o que motiva a pessoa a sair de casa para votar, especialmente quem não tem obrigação de votar? 

Sobre essa história de se investigar os institutos, tem um artigo que o Antônio Lavareda publicou no site do Ipespe (Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas) que é muito interessante observar. Ele levanta essa questão que é crucial, da gente parar de falar em estudo de pesquisa no sentido de “acertou” ou “não acertou”, por mais que a gente tenha essa intuição de que uma boa pesquisa é a que acerta. Por quê? Porque eles estão tentando medir um fenômeno que é absolutamente fluido. E essa ideia rígida do “acertou”, “errou”, e alguns institutos chegam a fazer seu marketing com isso, é a que embasa essas propostas malucas de “vamos proibir”. É mais ou menos como proibir um colunista de futebol que fala que tal time vai se dar bem na Copa do Mundo ou não. 

Ao mesmo tempo, é importante a gente levar em conta que essa mesma ideia tosca de “acertou”, “errou”, acaba estimulando o uso marqueteiro das pesquisas de opinião e acaba levando ao surgimento de aventureiros. No meio da campanha sempre aparece,  no segundo semestre do ano eleitoral, algum instituto pistoleiro, surgido do nada, dando um resultado completamente absurdo mas que acaba sendo utilizado, acaba sendo espalhado pelo WhatsApp, acaba sendo usado por campanhas para dizer “vejam como todos os estudos estão mentindo, a única que fala a verdade é esse Brasmarket, esse Futura Modal” que todos os meses fez pesquisas completamente fora do do que todos os outros estavam dizendo. É muito importante a gente pensar de maneira mais racional sobre as pesquisas. 

Ponte — Você acha que a maneira como se noticia as pesquisas estimula esse tipo de visão? Deveria ter uma outra maneira de você divulgar o resultado das pesquisas?

Marcelo Soares — Eu acho que a maneira como se noticiam as pesquisas precisa de boas cautelas. Agora é obrigatório falar a margem de erro, o intervalo de confiança, por mais que ninguém do público geralmente entenda como é que é isso. É muito difícil regulamentar isso, mas eu acho que a principal coisa é falar delas em termos de incerteza e não de certeza. E outra coisa que acaba acrescentando o ruído a esse debate sobre pesquisa, assim sai toda hora uma pesquisa, e a gente teve semanas com dez pesquisas diferentes sendo divulgadas, e elas são noticiadas como se fossem todas uma mesma coisa.

Então hoje de manhã o Lula tinha 45% e agora de tarde tem 49%. Isso acaba gerando uma cacofonia. Por isso que na Lagom Data eu criei o agregador que calcula uma média. Em vez de olhar cada pesquisa como um evento novo, que continua um evento anterior, que talvez que não era do mesmo tipo, não era da mesma pesquisa, falei assim: “vamos agregar, vamos olhar por semana, vamos desacelerar isso aqui e olhar o que está para que lado está o conjunto das coisas indo”. Isso facilitou, pelo menos pra mim e espero que pra mais gente. Dava mais tranquilidade para olhar o que estava rolando no cenário. 

É como se eu desse dois passos para trás, para olhar o trânsito, em vez de tentar atravessar a rua no sinal aberto. Talvez olhar as pesquisas em conjunto ajude a reduzir esse ruído. Por outro lado, essa lógica do “acertou ou errou” é quase indissociável do jornalismo. Tudo e qualquer coisa que o jornalista vê com dois números, ele quer fazer o ranking. Isso acaba gerando uma ansiedade e uma cacofonia.

Mas a gente precisa saber expressar essa incerteza. E no debate público, no dia a dia, nada me deixava mais nervoso do que ver alguém legal olhando uma pesquisa e dizendo “vai ser no primeiro turno”. Eu não queria passar por um “bozista” do rolê e dizer “cara, olha só…”. O que eu fazia: saía a pesquisa nova, eu calculava a média, dizia “olha, o que a pesquisa está mostrando é que, no final, a bola bate na trave e o cachorro derruba a tomada na televisão”.

Ponte — Pesquisas de opinião em geral têm um efeito duplo porque ao mesmo tempo, quando você pergunta para uma pessoa, faz ela refletir inclusive em quem ela vai votar, depois aquele resultado sai e influencia como as pessoas estão pensando. Ele vai influenciar se vai haver voto útil, para um lado ou para o outro, se todo mundo vai votar no mesmo candidato do começo até o final.

Marcelo Soares — Sim, mas mas dá pra fazer esse trabalho de empolgação, de militância, de uma maneira que cause menos decepção depois. Porque também não dá pra confiar em previsão de futuro feita na base da militância porque disseram que não ia ter golpe. Disseram que ia ser no primeiro turno. E teve golpe e não foi no primeiro turno.

Ponte — Pensando nas próximas pesquisas, que olhar a gente tem que ter sobre elas? Você acha que esse problema específico que a gente viu, essa dificuldade de detectar o voto do bolsonarista, é algo que vai permanecer até o final do segundo turno ou é algo que os institutos podem tentar corrigir e mudar o prumo nas próximas semanas ainda?

Marcelo Soares — Primeiro, o candidato cujo público responde pior às pesquisas passou para o segundo turno e isso já traz um fator de complicação que é muito importante de se levar em conta. Isso pode pode causar problemas e decepções.E agora estão afim de gerar provas para partir para cima dos institutos. Isso é muito complicado. 

Os Estados Unidos desde 1936 têm tido problemas com pesquisas eleitorais. Eles têm uma tradição de ter problema e toda vez que houve um problema isso levou a uma discussão muito aberta dentro das entidades, das empresas que pesquisam opinião pública, para falar de metodologia, para falar de como atingir essa população que não fala ou que atende menos. E tudo isso levou a aprimoramentos metodológicos. 

Na eleição de 2016 eles descobriram, por exemplo, que as pesquisas que eram feitas por uma gravação, em que a pessoa não falava com o ser humano, os eleitores do Trump ficavam mais à vontade para dar a sua opinião. Eles não se sentiam julgados, não se sentiam discriminados e falavam. Talvez isso acabe gerando novas metodologias de pesquisa.

Uma pesquisa que apareceu recentemente foi a da Atlas. Eu não acreditava em pesquisa feita online, mas me pareceu muito interessante o resultado deles. Eu tenho que estudar melhor como é que eles estão fazendo pra ter uma opinião mais embasada, mas talvez isso seja uma forma de chegar a pessoas que não falariam. Vai ter muita discussão a fazer, as entidades de pesquisa já estão começando essa conversa, se tu vai olhar a Abrapel (Associação Brasileira de Pesquisadores Eleitorais) está falando isso, começando a levantar essa discussão. 

Nos próximos meses você vai ouvir falar muito em institutos de pesquisa fazendo reuniões e anunciando nova metodologia, porque é importante ter essa informação para a democracia. Estrategicamente, para quem trabalha com campanha, isso é crucial. Mesmo havendo uma proibição imbecil, as pesquisas nunca vão deixar de existir. Tem pesquisas que são feitas regularmente o ano inteiro e ninguém fica sabendo, porque são feitas para uso interno. O Paraná Pesquisas, por exemplo, vivia de contratos com o João Doria [ex-governador de São Paulo pelo PSDB], desde quando ele era prefeito. 

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Na hora de fazer pesquisa interna para governo, os caras chamam. Os caras fazem muita coisa para ver a imagem, para ver a questão de como ajustar o discurso. O Doria era tudo o que era por pesquisa. O tempo inteiro. Desde quando ele criou o termo “BolsoDoria” até o momento em que ele resolveu correr com a vacina porque ele viu que aquilo podia lhe dar uns pontinhos. Não sei se a hora que ele resolveu retirar a candidatura de presidente foi apoiada por pesquisa, mas provavelmente foi também. 

Então, essas empresas vão continuar existindo e vão continuar trabalhando. A única coisa que pode acontecer com a proibição é a gente, eleitor comum, deixar de ter essa informação.

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