No 7 de Setembro, Supermercado Ricoy foi alvo de protesto contra torturas praticadas por seguranças de empresa ligada a PM aposentado
Atabaques e berimbaus se juntaram a faixas e cartazes, armadas e meia-luas vibraram no ar junto com gritos de protesto e ladainhas cantaram palavras de ordem numa manifestação que misturou capoeira, discursos e performance diante de duas lojas da rede de supermercados Ricoy, na Vila Joaniza, zona sul de São Paulo, neste sábado de Sete de Setembro, Dia da Independência do Brasil.
Organizado pela Rede de Proteção e Resistência ao Genocídio, com a participação de outros movimentos negros e periféricos, como a Coalização Negra por Direitos e a Anan (Associação Nacional de Advocacia Negra), entre outros, o protesto mobilizou cerca de 400 pessoas, que se reuniram inicialmente, por volta de 12h, diante de um supermercado Ricoy localizado na Avenida Yervant Kissajikian.
Foi numa salinha deste estabelecimento que dois seguranças, identificados como Valdir Bispo dos Santos e David Oliveira Fernandes, torturaram um jovem negro de 17 anos que havia tentado furtar um chocolate: ele foi despido, amarrado e amordaçado e, por fim, chicoteado, nu, com pedaços de fios elétricos. As agressões foram gravadas pelos próprios seguranças. Fernandes foi preso ontem (6/9), acusado de tortura. Já Santos, denunciado pelo mesmo crime, está foragido e, em entrevista exclusiva à Ponte, disse ser inocente.
Os dois seguranças trabalham na KRP Valente Zeladoria Patrimonial, que pertence a Kátia Regina Pelacani, companheira do policial militar aposentado Cláudio Geromin Valente. O Ministério Público abriu procedimento para investigar outras denúncias de tortura praticadas no Ricoy. A rede de supermercados publicou nota em seu site afirmando que “repudia todos os casos de violência que ocorreram dentro e nos arredores de suas lojas por funcionários ou terceirizados”, mas se recusou a responder às perguntas da Ponte.
“Queremos deixar bem escuro para a rede do Ricoy que eles são racistas e compactuam com o crime, porque tortura e agressão é crime”, disse Luana Vieira, da Rede, diante do mercado onde o jovem de 17 anos foi torturado. Leandro Machado de Oliveira, também da Rede, disse que o protesto, realizado “no dia em que os brancos conseguiram a sua independência”, pretendia ser “um grito do povo preto organizado e articulado no território”.
Apesar dos pedidos dos organizadores, nenhum representante da Ricoy aceitou conversar com os manifestantes. Enquanto o protesto se desenrolava na frente do mercado, fregueses continuaram a fazer compras normalmente.
Pouco depois das 13h, os funcionários baixaram as portas da loja. O movimento, então, decidiu marchar até outra unidade do Ricoy, localizada a 1,5 quilômetro dali, na mesma avenida. Quando chegaram ao local, os funcionários de lá também haviam fechado as portas mais cedo.
Muitas pessoas que passavam pela avenida disseram apoiar o ato, dizendo-se revoltados com “a covardia que fizeram com o menino”. Mas também houve quem apoiasse o supermercado. “Comigo, que sou trabalhador, nunca fizeram nada”, disse um homem.
Por volta das 15h30, o protesto se encerrou. Depois que os manifestantes foram embora, o mercado reabriu as portas.
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