Entre o lançamento do seu primeiro álbum Orgunga, que aconteceu em junho, e prestes a completar 27 anos (faz aniversário em 22/07) o rapper Rico Dalasam reflete sobre sua trajetória, fala sobre papel do rap nas periferias, diz que o imaginário do escravo ainda permeia as relações patrão/empregado e conta sobre sua entrada como gay no mundo do rap.
Morador de Taboão da Serra, ao sul da capital paulista, Rico carrega na história e na alma as diversidades e minorias que aparecem nos seus versos. Era o menino negro da quebrada, que estudava em escolas privadas (graças ao esforço da mãe, que escrevia cartas solicitando bolsa para o filho e as entregava nos colégios), e o rapaz gay, que encontrou no ambiente masculino do rap as palavras que precisava para se expressar. Hoje diz que chegou aonde sempre queria, a um lugar onde existe.
Mas o personagem exuberante que aparece nos shows e no vestir contrasta com o olhar ora doce, ora triste, ora reflexivo, principalmente quando fala sobre as possibilidades de vida de quem é negro, gay e pobre no Brasil.
Reportagem e edição: Claudia Belfort
Imagens: Elias Angico
Som: José Simplicio Vieira
Apoio: GW Produtora
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