Símbolo de resistência, MNU comemora aniversário com debate sobre o legado deixado pela organização para a história da luta contra o racismo no Brasil
Nesta segunda-feira (18/6), o MNU (Movimento Negro Unificado) promoveu um seminário em homenagem aos 40 anos de existência. No encontro estiveram presentes membros ativos desde a fundação do movimento, realizada em 7 de Junho de 1978 nas escadarias do Theatro Municipal em São Paulo, e militantes da nova geração organizada dentro do próprio movimento negro de um modo geral. O encontro aconteceu no Auditório da APEOESP (Sindicato dos Professores do Estado de São Paulo), na Praça da República, centro da capital paulista.
O MNU surge em plena ditadura militar com o objetivo de se tornar um marco referencial histórico na luta contra a discriminação racial no país. Hoje está presente em 12 estados da nação. Para muitos dos integrantes, o MNU teve papel importante em fazer com que o Brasil se reconhecesse racista.
Entre os temas propostos durante o evento, teve denúncia do genocídio da população negra nas periferias, o encarceramento em massa, que atinge em sua maioria a população negra, e a importância da militância do feminismo negro. Celebrando o encontro de gerações, as mesas contaram com a presença de militantes históricos, como Milton Barbosa, o Miltão, Neusa Maria Pereira e Regina Lúcia, e representantes da nova geração, como Katiara Oliveira e Douglas Belchior.
Além disso, até mesmo pela presença de alguns educadores, houve espaço para debater a importância de fazer valer a Lei 10.639, que prevê a obrigatoriedade do ensino de História e Cultura Afro-Brasileira nas instituições educacionais, em vigor desde 2003. A reclamação de muitos professores é que, embora a lei exista, ainda está muito longe de ser aplicada de forma correta e uniforme em todas as instituições do país.
No fechamento do encontro, um momento de fazer um balanço e apontar para caminhos a serem seguidos. A mesa “Conquistas e Perspectivas do MNU”, teve participação de Milton Barbosa, José Adão Oliveira, Regina Lucia dos Santos, e Luka França, todos integrantes da entidade.