Professora e pesquisadora na área de games é personagem da primeira reportagem sobre membros do Tamo Junto, que completa 1 ano em agosto
Em agosto de 2021, mais precisamente no dia 31, o programa de membros da Ponte, o Tamo Junto, completa seu primeiro ano de operação. Para celebrar esse marco, entre outras programações, vamos trazer depoimentos de apoiadores do programa ao longo do mês. A primeira personagem com quem conversamos aderiu ao Tamo Junto logo nos primeiros três dias após o lançamento.
Beatriz Blanco nasceu em Nova Odessa, interior de SP e desde muito cedo teve interesse por jogos digitais. Em uma entrevista ao programa Quem somos? , ela afirma que começou a jogar com o pai aos 4 anos de idade. Hoje, passados 30 anos, os games se tornaram, mais que um hobby, seu trabalho e área de pesquisa acadêmica. Ela é pesquisadora e professora na área de games e design digital, e doutoranda em Ciências da Comunicação na Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos) pesquisando feminismo e movimentos LGBT na cultura de videogames no Brasil.
Ela também é co-organizadora do livro “Videogames, Diversidade e Gênero: Pesquisa Científica e Acadêmica“, que busca apresentar um panorama de trabalhos, pesquisas e projetos acadêmicos voltados para o pensamento sobre gênero, sexualidade e videogames sob a ótica da realidade brasileira. “Meu interesse é estudar como as questões de direitos humanos estão sendo articuladas na dita comunidade gamer brasileira”, afirma Beatriz, que ainda trabalha com produção de conteúdo sobre videogames, cultura pop e comportamento no podcast BonusCast.
Antes de ser parte do Tamo Junto, ela já acompanhava a Ponte pelas redes sociais há algum tempo, afinal, direitos humanos em geral e suas articulações com consumo de mídia eram temas que a interessavam muito. “É um trabalho corajoso, posicionado e combativo, essencial em tempos de desinformação e cooptação da mídia por grupos de ódio”
Em outubro de 2019, publicamos a reportagem “Aulas para concurso de polícia ensinam técnicas de tortura e execução”, que traz vídeos do ex-capitão da Polícia Militar de São Paulo e professor de Direito Norberto Florindo Júnior ensinando técnicas de tortura aos seus alunos em um curso da para pessoas que prestam concursos da PM. A reportagem ganhou desdobramentos e muita repercussão. Para Beatriz, “saber que a coisa da tortura é tão institucionalizada me impactou muito”.
Sua decisão em apoiar o trabalho da nossa equipe se baseou na sua crença em colaborar financeiramente com o jornalismo. “Acredito na profissão, mas não queria assinar um jornal que não representasse meus valores. O posicionamento da Ponte é fundamental nesse sentido”, afirma Beatriz.
Em um recado para quem ainda não apoia o Tamo Junto, pontua que “o jornalismo precisa sobreviver, e o modelo de monetização via publicidade que temos hoje não favorece a sobrevivência dos bons veículos”. Ela completa: “considere apoiar veículos de mídia independentes que façam um trabalho transparente e posicionado. No nosso contexto, é importante demais”.
Pessoas como Beatriz ajudam a Ponte a manter nosso trabalho e viabilizam nossas denúncias, além de terem a chance de estr mais perto da redação e do dia a dia. Precisamos de mais gente como ela para crescer, contar mais histórias e chegar em mais pessoas. E aí, tamo junto?