Traficante do Comando Vermelho é encontrado morto em presídio federal no RN

    Paulo Rogério dos Santos é apontado como membro do CV e chefe do tráfico na Penha, no Rio de Janeiro; suspeita é que Mica tenha cometido suicídio

    Mica chegou a ser um dos traficantes mais procurados do RJ | Foto: reprodução

    O traficante Paulo Rogerio de Souza Paz, o Mica, 42 anos, foi encontrado morto em sua cela neste domingo (12/4), durante a entrega do café da manhã no Presídio Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte. Segundo seus advogados, é possível que Mica tenha cometido suicídio.

    A Ponte entrou em contato com a unidade prisional e o diretor Milton Azevedo confirmou, por telefone, a morte. “O caso vai ser investigado, mas tudo indica que tenha sido suicídio pela forma como foi encontrado”.

    De acordo com a defesa de Mica, estão sendo realizados os preparativos para o traslado do corpo até o Rio de Janeiro, onde os familiares moram e onde Paulo será enterrado.

    O Depen (Departamento Penitenciário Nacional) suspendeu as visitas aos presídios federais, tanto para familiares quanto para defensores dos presos, desde o dia 16 de março por causa da pandemia da Covid-19.

    “A gente não tem conhecimento se ele tinha alguma depressão porque era uma pessoa muito fechada, mas imagina que não só para ele, como para os outros presos, deve bater o desespero por ficar 22h numa cela sozinho, duas horas para banho de sol, sem contato com o mundo exterior”, declarou um dos advogados do traficante, que não quis ser identificado.

    Uma decisão de 21 de fevereiro, proferida pelo juiz federal Orlan Donato Rocha, aponta que no dia 13 de janeiro havia expirado o período de permanência de Paulo Rogério na penitenciária federal de Mossoró e que deveria ser transferido ao estado de Origem. Segundo o advogado de Paulo, a decisão não foi cumprida por falta de escolta.

    Mica foi preso em 2012, em Maricá, no Paraná. Antes disso, a polícia do Rio chegou a oferecer R$ 5 mil pela sua captura. Integrante do CV (Comando Vermelho), ele é considerado o chefe do tráfico do Complexo da Penha no Rio de Janeiro, além de atuar no Morro da Fé e Sereno. Ele já esteve na Penitenciária Laércio da Costa Pelegrino, Bangu I, no Rio, e na Penitenciária Federal de Porto Velho, em Rondônia. Desde 2017, estava preso na Penitenciária Federal de Mossoró. Ele é apontado como o responsável por ordenar a queima de cinco ônibus no Rio de Janeiro, em novembro de 2005, onde morreram cinco pessoas, em retaliação à morte de um comparsa em confronto com policiais militares.

    A Ponte procurou a assessoria de imprensa do Ministério da Justiça e da Segurança Pública, que responde pelo Depen, mas não obteve retorno até a publicação.

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