Eduardo Ferreira Gomes ejaculou em passageira no trajeto entre estações Comendador Ermelino e São Miguel Paulista, em São Paulo. Na época, ele se defendeu dizendo que estava bêbado
O soldado da Polícia Militar de São Paulo Eduardo Ferreira Gomes, 38 anos, foi expulso da corporação na sexta-feira (15), exatamente um ano após abusar sexualmente de uma mulher dentro de um trem da CPTM, na zona leste da capital paulista. A determinação foi publicada no Diário Oficial do Estado de São Paulo na última quinta-feira, dia 14 de dezembro.
Segundo publicado no Diário Oficial, a exclusão aconteceu pois Gomes cometeu uma transgressão disciplinar de natureza grave. Na época em que praticou o crime, o então PM se aproveitou da lotação dentro do vagão e abusou sexualmente da passageira, que ficou com a roupa suja de esperma depois de o homem ejacular nela.
Depois de abusar da vítima, outros passageiros notaram a situação e espancaram o soldado, que precisou ser levado para o hospital Tide Setúbal, na zona leste de São Paulo. Eduardo, que trabalhava na Cavalaria da Polícia Militar, foi autuado em flagrante e encaminhado ao Presídio Militar Romão Gomes, no Jardim Tremembé, zona norte. Ele confessou o crime e alegou que estava bêbado.
Em 24 de abril deste ano, o TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) deu o direito dele apelar em liberdade. Porém, a decisão assinada pelo juiz Klaus Marouelli Arroyo aplicou ao réu, que foi considerado culpado, a pena de dez dias-multa – baseada no salário mínimo.
Em 30 de junho de 2017, o soldado teve sua pena extinta depois de pagar a multa. Quando prestou depoimento à Justiça, o policial afirmou que “é casado e pai de uma filha de dezesseis anos de idade”. Ele apontou também que, na ocasião dos fatos, “estava no interior do trem quando começou a se esfregar em uma moça, assim como ela consigo”.
Depois disso, segundo Gomes, ele “retirou o pênis para fora da calça e nela ejaculou, o que fez com que os demais passageiros o agredissem fisicamente”. Ainda em depoimento, o soldado disse que tem ejaculação precoce e que no dia do abuso tinha participado de uma confraternização e bebido “além da conta”.
Também em depoimento à Justiça, a vítima afirmou que o soldado se aproveitou da lotação no vagão para “se esfregar” nela. Além disso, disse que tentou se desvencilhar dele por duas vezes, mas que depois reparou que a calça estava “melada (sic)”, por conta da ejaculação do policial.
A reportagem entrou em contato com o advogado Fábio Cunha Galves, que defende o policial, para comentar a expulsão. Porém, foi informado que ele não estava mais em seu escritório até o fechamento desta reportagem.