Renato Freitas (PT) foi solto após cerca de 3 horas no 12º Batalhão da PM do Paraná; polícia diz ter detido o parlamenter por desobediência e por resistir à atuação policial
O vereador de Curitiba Renato Freitas (PT) foi detido pela Polícia Militar do Paraná na tarde desta sexta-feira (4/6) na capital paranaense. Além dele, mais duas pessoas foram encaminhadas ao 12º Batalhão da Polícia Militar, e liberadas após aproximadamente três horas, e depois de terem assinado um termo de infração penal.
Renato estava com amigos jogando basquete em uma praça na cidade e ouvindo música. A PM foi até o local para atender uma denúncia anônima de perturbação de sossego por conta do som alto. Os policiais abordaram o grupo e pediram para que o volume do som fosse abaixado. Renato, que é advogado, começou a questionar a abordagem.
Em nota, a assessoria de comunicação do vereador disse que a abordagem em questão estava acontecendo “de forma inadequada, ferindo direitos fundamentais”. Ao questionar a abordagem da PM, Renato também foi levado à força pelos policiais. De acordo com a polícia, a detenção do vereador ocorreu por desobediência e resistência.
Nas imagens, é possível ver que, após o pedido, Renato intervém e segura a caixa de som, dizendo que a atuação era ilegal. Em seguida, os policiais retiram a caixa de som à força das mãos do vereador e depois derrubam o objeto no chão. A discussão segue, até que um dos policiais anuncia que um dos envolvidos (o que estava com a caixa de som) seria levado para o batalhão da PM por perturbação de sossego e Renato por ter atrapalhado o procedimento da polícia.
O vereador e seu amigo foram conduzidos de forma truculenta até a base móvel da PM e, na sequência, encaminhados para o batalhão. De acordo com nota divulgada pela PM, a operação seguiu as técnicas da corporação e “respeitou os Direitos Humanos”.
Advogado contesta procedimentos
Dyckson Leite, advogado de Renato, criticou a operação e relatou que teve dificuldades para se comunicar com seu cliente no batalhão. Ele também questionou a demora para a assinatura do termo circunstanciado, procedimento policial onde são registradas as ocorrências envolvendo casos de infrações de menor potencial ofensivo.
“É um absurdo manter uma autoridade municipal detida três horas em um local em que a gente teve que discutir até para fornecer água”, disse.
O advogado comenta que esta não é a primeira vez que a polícia age dessa forma com o atual vereador, que também já chegou a ser detido em atos de campanha em 2016 e 2018. Renato Freitas tem 37 anos e está no seu primeiro mandato como vereador. Ele é advogado e Mestre em Direito pela Universidade Federal do Paraná. “Renato sofre a típica perseguição ao negro brasileiro quando atinge poder popular”, comenta. Em relação a providências futuras sobre o caso de hoje, Leite disse que ainda irá avaliar junto com Renato e sua equipe o que deve ser feito.