A principal vítima da violência, alerta o historiador e deputado Marcelo Freixo, é a juventude pobre, negra, moradora de favela e da periferia. Qual é a solução para isso? Pega o jovem pobre e negro e bota no cárcere. Veja no 10. vídeo da série Sobre Crimes e Castigos

No 10o. e último vídeo da série “Sobre Crimes e Castigos”, o historiador e deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL-RJ) afirma que a proposta de redução da maioridade penal é desumana, injusta e ineficaz sobre os números da criminalidade. Ele desafia o País a definir o que quer para suas juventudes urbanas e ricas e as as pobres e periféricas.
É uma inversão do ônus, quem é a vítima da violência? Dos 50 mil homicídios que nós tivemos, 33 mil foram contra jovens, 70% eram negros, os números são categóricos, a principal vítima da violência é a juventude pobre, negra, moradora de favela e da periferia. São eles que estão perdendo a vida. Qual é a solução para isso? Pega o jovem pobre e negro e bota no cárcere. E você não tem sequer eficácia nessa medida, essa é uma proposta exclusivamente vingativa
Nesta semana, Ponte Jornalismo publicou a série de vídeos “Sobre Crimes e Castigos”, um projeto documental com diversos pontos de vista sobre as contradições da proposta de redução da maioridade penal em pauta no Congresso Nacional.
O projeto “Sobre Crimes e Castigos” é de autoria de Marina Lima, roteirista, e de Vini Andrade, filósofo e cineasta.
1o. vídeo: Alguém acredita que o sistema penitenciário brasileiro funciona?
2o. vídeo: A mídia leva a população a associar redução da maioridade penal com mais segurança, diz juiz
3o. vídeo: “O encarceramento sempre foi um instrumento de manutenção da ordem econômico-social”
6o. vídeo: “Condenar irremediavelmente uma pessoa por um erro cometido é negar a quem acusa o direito de errar”
7o. vídeo: Há uma perspectiva de classe na divulgação de crimes no Brasil, denuncia deputado
8o. vídeo:“Já produzimos um sistema monstruoso e queremos botar mais gente nesse sistema”
9o. vídeo: “A redução da maioridade pena vai implicar um aumento da violência”
Quem faz:
MARINA LIMA (roteiro e direção) é roteirista graduada em direito e comunicação social. Há anos, sonha com o dia em que as leis do Brasil democrático sairão do papel.
VINI ANDRADE (roteiro e direção), filósofo de formação, investiga os motivos e os efeitos do ‘castigo’ no espectro do convívio em sociedade desde a graduação.
CAIO PALAZZO (fotografia e som) é fotógrafo e comunicador na ponte.org, onde investiga temas relativos à segurança pública.
FERNANDA LIGABUE (fotografia e som) é fotógrafa, videomaker e midiativista.
FELIPE CARRELLI (edição) é editor e cineasta. Dirigiu o documentário “Ano Luz” (2015).
LUÍZA FAGÁ (edição) é escritora, jornalista e cineasta. Dirigiu o documentário “Engarrrafados” (2009).
AMANDA JUSTINIANO (design gráfico) é artista gráfica, designer e idealizadora do Movimento Não Mate.
Mais sobre o projeto
Leia mais:
“Reduzir maioridade é péssimo”, diz presidente da ex-Febem
A redução da maioridade é a resposta da sociedade que não cuida das suas crianças
O perfil dos implacáveis e desumanos assassinos não condiz com a pretensa figura do “coitadinho” negro, pobre e desemparado. O argumento “força a barra” e tem intenção subperpticia de utilizar técnica subliminar para obter apoio de opinião.
Concordo que a reducao da maioridade penal nao faz sentido mas com certeza algo ha que ser feito. A violencia no Brasil atinge niveis alarmantes. Nao se trata de homicidios somente mas o temor constante com inseguranca, a falta de punicao efetiva.
Fala-se em educacao. Nunca se teve tanto dinheiro para educacao como agora. Aonde estao os resultados?
Nao devemos relegar a responsabilidade de menores de idade. Ha que se punir a violencia seja la de quem for.