Grupo de artistas e produtores culturais que luta para manter espaço artístico na região metropolitana de SP é tema do nono episódio da série Cultura de Periferia em Tempos de Pandemia
Na falta de apoio de políticas públicas, um grupo de artistas teve que se virar para produzir arte e cultura em Diadema, na Grande SP. Reunidos em um ateliê, eles resistiram ao desmonte da Secretaria Municipal de Cultura do município e fundaram o Coletivo 217. A história desta iniciativa é o tema do nono episódio da série da Ponte em parceria com a Todos Negros do Mundo, Cultura de Periferia em Tempos de Pandemia, apresentada pela artivista Stephanie Catarino. Todos os episódios estão disponíveis no Youtube e também são transmitidos pela Rede TVT.
Desde 2015 o projeto se tornou ponto de referência da cultura independente na região. Segundo Luiz Land, um dos responsáveis pelo espaço, o coletivo atraiu músicos, produtores culturais, artistas plásticos e pode promover festas, exposições e oficinas de dança. A casa também abriga um restaurante vegano que ajuda a sustentar financeiramente o 217.
“Antes da pandemia, tínhamos uma média de uns 15 eventos mensais com os artistas. Seja discotecagem, apresentação musical, cineclube, sarau, sempre a gente procurava contemplar o máximo de artistas possível na casa”. Durante o último ano, o coletivo se manteve também com o apoio da Lei Aldir Blanc, voltada para o setor cultural, um dos mais afetados pela pandemia.
Com a necessidade do isolamento, o espaço deixou de receber o público e passou a organizar seus eventos de forma online. “Foi um choque para a gente pois nós não tínhamos mais a renda. Ficamos um tempo fechados e tivemos que colocar o restaurante como linha de frente para voltar a abrir”.
Nesta situação, os produtores culturais contaram com a cooperação uns dos outros para enfrentar os desafios da pandemia. Luiz diz que o projeto Rede Coletiva de Apoio estendeu sua atuação para toda a comunidade e ajudou dezenas de famílias em situação de vulnerabilidade com distribuição de cestas básicas. Agora, o 217 se organiza para retornar aos poucos com a programação presencial de música e dança.