Para moradora de Pinheiros, PM “teve certa paciência”, mas define caso como lamentável, porque defende que PM deveria ter contido Ricardo e não atirado
Cerca de 60 pessoas se reuniram para uma manifestação na região de Pinheiros, zona oeste se São Paulo, na noite desta quinta-feira (13/07), pedindo por justiça e homenageando o carroceiro Ricardo Silva Nascimento, o Negão, 39 anos, morto no dia anterior depois de ter sito baleado por um policial militar.
A manifestação teve início por volta das 17h e terminou por volta das 20h, depois que o grupo realizou uma caminhada pelas ruas do bairro de classe média alta de São Paulo. Entre os participantes do ato, aproximadamente 10 carroceiros prepararam homenagens ao colega.
Além das pessoas que participavam da homenagem ao carroceiro assassinado, moradores da região passavam pela manifestação e, alguns, deixavam suas impressões sobre o caso. Para a moradora do bairro Vivian Pereira, 46 anos, a morte de Ricardo foi um caso “lamentável”, porque o PM teria que deter o carroceiro.
No entanto, para Vivian, “esse cidadão [o Ricardo] estava muito agressivo, e provocou a fundo o policial”. A mulher ainda afirma que “o policial ainda teve uma certa paciência” e que o carroceiro “deve ter incomodado o pessoal da pizzaria”. A moradora de Pinheiros também levanta a possibilidade do carroceiro ter provocado a situação que causou sua morte “porque a vida dele tava tão miserável“.
Já o carroceiro Rogério Martins, 52 anos, amigo de Ricardo há seis anos, afirma que a vítima “tinha um problema: não gostava dos caras de farda”. Entretanto, Rogério afirma que, mesmo se Ricardo tivesse discutido com o policial militar, era possível contê-lo usando apenas spray de pimenta.
O amigo de Ricardo ainda conta que a relação do carroceiro com os moradores de Pinheiros era “boa”, e ele era “muito querido” entre os outros carroceiros. Rogério afirma que os policiais militares nunca criaram problemas com os carroceiros que vivem na região.
Segundo a SSP-SP (Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo), os policiais militares envolvidos na morte de Ricardo foram afastados. Entre os PMs está o cabo José Marques Madalhano, responsável pelos tiros contra o carroceiro.
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