Acusado de ter roubado moto, Jonathan de Araújo Souza, 18 anos, será libertado nesta quarta (23)
A Justiça de São Paulo determinou a liberdade provisória de Jonathan de Araújo Souza, de 18 anos. O jovem estava preso no CDP (Centro de Detenção Provisória) de Guarulhos (Grande SP), acusado de roubo de moto. Ele será libertado hoje.
A decisão é do juiz José Roberto Cabral Longaretti, da 13ª Vara Criminal da Barra Funda. O alvará de soltura já foi encaminhado para a unidade II do CDP, onde o vendedor ficou preso por aproximadamente um mês. Anteriormente, Jonathan permaneceu dois dias no 98º DP e cinco no 101º DP após ficar oito dias internado no Hospital da Pedreira.
“Diante daquilo que consta dos autos e considerando também a manifestação favorável do Ministério Público, bem como que a instrução oral já foi concluída, concedo ao acusado liberdade provisória condicionada a não se ausentar da Comarca por mais de dez dias sem prévia comunicação ao Juízo, bem como não mudar de endereço também sem prévia comunicação”, determinou Longaretti.
Anteriormente, o TJ havia negado habeas corpus por entender que “ante a existência de suficientes indícios de autoria e materialidade delitivas, extraídos daquilo que se apurou na fase inquisitiva”. Assim, determinou a audiência, na qual definiu a liberdade provisória.
Em relatório enviado para o juiz, o Condepe (Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana) apontava “indícios” para a inocência de Jonathan, bem como afirmava que ele poderia “ter sido vítima de abusos, ilegalidades e até de crimes cometidos por policiais militares no exercício de suas funções”.
O caso
A prisão aconteceu no dia 9 de julho na Cidade Ademar, zona sul de São Paulo. Dois PMs perseguiam um suspeito de moto em fuga, que, de acordo com a versão dos policiais, seria Jonathan. Ainda segundo os policiais, o jovem teria disparado contra eles após cair. A versão da defesa aponta para falha dos PMs, que teriam confundido o vendedor, que estava em sua moto de cor vermelha, com o suspeito quando acontecia a perseguição e acabou baleado pelas costas.
Ferido, ele pediu socorro para amigos e ficou internado no hospital Pedreira, onde passou por cirurgia e teve retirados parte do rim e intestino devido as lesões do ferimento da bala.
Os PMs Carlos Henrique Fogaça Mattos, de 29 anos, e Roberto Santos de Almeida, 44, envolvidos na ação, foram afastados do serviço nas ruas, atuando em questões administrativas da corporação. Mattos foi quem identificou o jovem no hospital através de uma fotografia.