Viaturas são atacadas em SP após áudios anunciarem vingança do PCC

    Áudios atribuídos à facção criminosa sugerem retaliação do PCC contra forças de segurança após Rota matar quatro no Capão Redondo

    Tiro atingiu o vidro dianteiro de uma viatura | Foto: Arquivo pessoal

    Três viaturas da Polícia Militar do Estado de São Paulo foram alvos de ataques a tiros no fim da tarde desta quarta-feita (1/8) na capital paulista. Os veículos são de batalhões diferentes da capital, um deles do 16º BPM/M (Batalhão de Polícia Militar Metropolitano), na zona oeste. A suspeita é que os ataques façam parte de uma retaliação da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital).

    Antes dos ataques, áudios obtidos pela reportagem apontavam para uma possível ofensiva da facção criminosa em retaliação pela morte de quatro homens em uma ação da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar), no Capão Redondo, zona sul de SP, ocorrida no domingo (29/7). Os quatro mortos seriam integrantes da facção.

    “Não está bem a situação, mataram os irmão Cuscus, Renatinho, Gago e o Tchaca, que conseguiu escapar e pegaram ele. Unidade está de luto” era o recado em um dos áudios. “As unidades já estão de luto. Avisa geral, o chat do sistema, avisa todas as cadeias” dizia outro.

    Os ataques às viaturas aconteceram em um intervalo inferior a duas horas. Para atacar o veículo do 16º BPM, os criminosos utilizaram duas motos com baú.

    Mensagem enviada em grupos do WhatsApp pedia para os policiais “terem cautela redobrada”, tanto em serviço como nas folgas, porque o PCC “pegaria uns policiais para se vingarem”.

    “É provável que retaliações sejam feitas somente na capital, porém a ordem é para ser cumprida em todo o Estado de SP”, dizia um dos alertas.

    No domingo, quatro mortos

    Antes da ação que terminou em quatro mortos, no último domingo, a viatura da Rota recebeu denúncia de que haveria o encontro de integrantes do PCC em uma casa no Capão Redondo. Segundo a polícia, os quatro suspeitos perceberam a presença dos PMs e atiraram.

    Três morreram na suposta troca de tiros, feita dentro da residência: Thiago Rodrigues Caetano, 31 anos, Eliscarlos Rocha Vieira, 38, e Wellington Sidney Ferreira, 34. O quarto homem tentou fugir pulando o telhado de uma casa vizinha, “foi atingido por alguns projéteis” e morreu no Hospital Municipal do Campo Limpo.

     

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