Secretaria da Segurança Pública confirmou que corpo da soldado estava em porta-malas de carro abandonado, a 8 km de onde ela havia sido sequestrada
Foi encontrado no início da noite desta segunda-feira (6/8) o corpo da soldado da PM Juliane Santos Duarte, 27 anos. Ela estava desaparecida desde a madrugada de quinta-feira (2/8) após ser baleada e sequestrada no Bar do Litrão, na Rua Melchior Giola, em Paraisópolis, zona sul da cidade de São Paulo.
Segundo informações da polícia, o corpo da soldado estava no porta-malas de um veículo modelo Honda City, na rua Cristalino Rolim de Freitas, 50, no bairro de Jurubatuba, próximo à Ponte do Socorro, na Marginal Pinheiros, também na zona sul, a cerca de oito quilômetros do local onde Juliane havia sido sequestrada. Dentro do veículo estava uma calça camuflada, usada pela policial no dia em que desapareceu.
A polícia encontrou o corpo da soldado por volta de 19h50. A SSP (Secretaria da Segurança Pública) do governador Márcio França (PSB) emitiu uma nota à imprensa: “A SSP informa que o corpo encontrado no interior de um veículo nesta segunda-feira (6) pela PM, no Campo Grande, foi reconhecido como sendo da soldado PM Juliane dos Santos Duarte. Equipes do Geacrim do DHPP foram chamadas para a perícia no local”, explicou a pasta. A investigação do caso está no 89° DP (Portal do Morumbi).
Também nesta noite, um homem de 24 anos foi preso suspeito de ter abandonado a moto da PM na região da Praça Panamericana, na zona oeste. Um vídeo divulgado pela polícia mostra o momento exato em que um homem estaciona e deixa o veículo próximo a uma praça.
Juliane estava lotada em uma companhia que faz patrulhamento no Jabaquara, bairro da zona sul da cidade, e estava na corporação há dois anos.
Sequestrada e baleada
Juliane havia participado de um churrasco com amigos na noite de quarta-feira (1/8), seu primeiro dia de férias, e foi ao Bar do Litrão, em Paraisópolis, já durante a madrugada, com outras duas amigas.
No bar, o celular de uma delas sumiu. A soldado se identificou como PM e cobrou que o aparelho aparecesse. Minutos depois, quatro homens encapuzados apareceram e a levaram do bar. Testemunhas ouviram dois disparos do lado de fora, enquanto a policial era levada.
Investigadores ligados ao caso concordam com a visão da moradora e afirmam que a PM errou ao se identificar como policial estando sozinha num lugar onde não conhecia.
Desde o começo da quinta-feira (2/8), a comunidade é alvo de ações da PM, como integrantes da Força Tática, Cavalaria da PM e do GOE (Grupo de Operações Especiais). Moradores da região temem represálias ao sumiço e, agora, confirmação da morte da PM. Nesta segunda-feira, um policial apontou a arma na cabeça de uma jovem negra durante abordagem no Jardim Colombo, distante 1 km de Paraisópolis.