Seis dos 14 reféns deixaram a unidade na noite desta quinta-feira (9/8) após 30 horas da ‘virada’ da prisão

A rebelião no CDP (Centro de Detenção Provisória) Dr. Félix Nobre de Campos, em Taubaté, no Vale do Paraíba, em São Paulo, teve fim no início da noite desta quinta-feira (9/8). Seis dos 14 reféns foram liberados pelos presos, que encerraram a ‘virada’ da prisão (termo usado entre os próprios presos para classificar uma rebelião).
Segundo a SAP (Secretaria da Administração Penitenciária), comandada desde março de 2009 pelo secretário Lourival Gomes, quatro religiosos acabaram liberados às 19h26. Posteriormente, os dois agentes penitenciários, nove minutos mais tarde, deixaram o local, encerrando o motim.
Informações iniciais da pasta apontam para danos na estrutura do prédio do CDP, sem, contudo, especificar quais seriam. Os presos passaram por revistas durante a noite e início da madrugada, permanecendo em um dos pátios do presídio.
A Pastoral Carcerária esteve no local para dar apoio às suas equipes locais. “Felizmente, não tivemos membros feitos de reféns. Demos suporte para os grupos, já que é difícil para todas as denominações religiosas prestar apoio, conversamos com familiares e membros destas outras entidades. As negociações ficaram sob incumbência da juíza de execução, a defensoria pública e conselho comunidade locais”, explicou Francisco de Barros, assessor da Pastoral.
Os detentos se rebelaram na tarde de quarta-feira (8/8), fazendo reféns religiosos que prestavam assistência aos presos e agentes penitenciários. Entre as queixas está a superlotação da cadeia, com capacidade para 844 pessoas, mas abrigando atualmente mais de 1,5 mil.
Durante a ‘virada’ do presídio, a SAP confirmou que os religiosos estavam fazendo trabalhos dentro da unidade e são membros das igrejas Deus é Amor, Cristo é Luz é Vida, Capelania de Taubaté e Assembleia de Deus.
Questionada, a pasta informou que o CDP está funcionando “normalmente dentro dos padrões de segurança e disciplina” enquanto é feito o levantamento dos danos causados à estrutura.
“Ressalvamos ainda que já foi inicializada a reforma para dar condições de habitabilidade, nenhum preso será transferido e os detentos do seguro que haviam sido encaminhados para a Penitenciária “Tarcizo Leonce Pinheiro Cintra” de Tremembé I já retornaram ao CDP”, explicou a pasta, dizendo que nenhum preso ficou ferido.
“Um agente de segurança penitenciária, que estava como refém, sofreu escoriações porém sem gravidade. Não houve fugas durante o ato”, finalizou a SAP.