Evento, que terá transmissão on-line, ocorre na livraria Tapera Taperá, no centro de SP, em 16/12, às 19h

Após denunciar vários casos de prisões e condenações sem provas e de contribuir para libertar inocentes presos injustamente, a Ponte Jornalismo quer ir além da denúncia e investigar por que as prisões sem provas ocorrem e o que pode ser feito para evitá-las.
Por isso, realiza na próxima segunda-feira (16/12), com apoio da livraria e biblioteca Tapera Taperá, o debate Prisões sem Provas: Como impedir que a Justiça continue a prender e condenar inocentes?, primeiro de uma série de debates que busca responder o que pode ser feito para que Polícia Militar, Polícia Civil, Ministério Público e Judiciário parem de encher os cárceres de inocentes. O evento pode ser acompanhado on-line, no canal da Ponte no YouTube.
As prisões e condenações sem provas são uma das faces mais cruéis da violência de Estado dirigida todos os dias contra a população negra e pobre do Brasil. É muito fácil para a polícia prender quem quiser. Em 70% das condenações por tráfico de drogas, a única prova usada é a palavra do policial, aceita como verdade tanto pelo Ministério Público como pelo Judiciário.
Já houve caso de suspeito negro que passou um mês preso por tráfico mesmo com laudos apontando que ele não levava drogas. A Justiça também costuma ser bastante generosa quando se trata de aceitar o depoimento de testemunhas, mesmo que as vítimas só tenham visto os olhos dos suspeitos e mesmo que os reconhecimentos tenham sido praticados em circunstâncias que estimulam a criação de falsas memórias.
Participam do debate a ativista e dançarina Barbara Querino de Oliveira, a Babiy, e o educador social Marcelo Dias, criador da ONG SOS Forjados, presidente da ONG Novos Herdeiros Humanitários e autor do podcast Enquadros. Ambos foram alvo de prisões injustas. Marcelo foi absolvido, mas Babiy acabou condenada por uma das acusações, de roubo, e passou um ano e oito meses presa. Hoje, luta para provar sua inocência na segunda instância.
Também participam Priscila Pamela Santos, advogada criminalista, presidenta da Comissão de Política Criminal e Penitenciária da OAB-SP (Ordem dos Advogados do Brasil – São Paulo) e diretora do IDDD (Instituto de Defesa do Direito de Defesa), Dora Cavalcanti, advogada criminalista, diretora do Innocence Project Brasil e conselheira nata do IDDD, e Julio Militante, rapper e agitador cultural, enfermeiro, cofundador do sarau Militantes e articulador da Rede de Proteção e Resistência ao Genocídio junto ao Jardim Conceição, em Osasco.
Serviço
O que: Debate Prisões sem Provas: Como impedir que a Justiça continue a prender e condenar inocentes?
Quando: 16/12, às 19h
Onde: Tapera Taperá, Av. São Luís, 187 – 2º andar, loja 29 – República, São Paulo

A matéria foi atualizada no dia 11/12, às 09h03, para retirar o nome de um dos convidados que não poderia mais comparecer.