Polícia Civil colheu detalhes da participação do PM Adriano Campos com funcionário da empresa de segurança privada comandada pelo militar
A Polícia Civil de São Paulo descartou a participação de um vigia no sequestro e morte do adolescente Guilherme Guedes, 15 anos, no dia 14 de junho, na Vila Clara, zona sul da cidade de São Paulo. Ele era funcionário da empresa que cuidava da segurança de um terreno localizado no bairro e que foi invadido um dia antes do assassinato do estudante.
Segundo as investigações do DHPP, havia suspeita de que auxiliado o patrão, o PM Adriano Campos, a cometer o crime. O policial está preso preventivamente no Presídio Militar Romão Gomes e é considerado o principal suspeito da morte. Mesmo com imagens de câmeras de segurança usadas pela Polícia Civil, a defesa nega que Adriano tenha qualquer participação no crime.
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No entanto, o profissional contratado pela empresa irregular de Campos detalhou visita do PM ao terreno na noite do crime. O delegado Fábio Pinheiro explicou à Ponte que o depoimento deixou clara a inocência do empregado do policial no crime.
“Ele se apresentou e contou tudo o que aconteceu, pedindo para ser incluído no programa de proteção à testemunha [Pró-Vita]. Confirmou que o Adriano esteve no canteiro e tinha uma segunda pessoa”, explica Pinheiro.
O delegado classifica o depoimento como suficiente para retirá-lo da lista de suspeitos, além de contribuir para a elucidação do crime. “Por isso, ele deixou de ser suspeito e virou testemunha protegida”, detalha.
Pinheiro explicou que ainda não há a definição de quem seria o ajudante de Adriano neste crime. Para ele, não há elementos suficientes neste momento para determinar que outro policial militar auxiliou Campos.
Está programada para este domingo uma missa de sétimo dia para Guilherme Guedes. O ato tem a participação da Rede de Proteção e Resistência ao Genocídio e acontecerá na Vila Clara, onde o adolescente vivia, às 14h deste domingo (21/6). O ato é um pedido da família de Guilherme.