Segundo Yuri Fernandes, o Dunk, profissionais o expulsaram à força de um vagão: “quiseram me tirar sem estarmos cantando”
O músico Yuri Fernandes Freire da Silva, o Dunk, denuncia agressão que sofreu de seguranças do Metrô de São Paulo. Imagens mostram o momento em que ele é vítima de sufocamento e sangra.
No vídeo é possível ver dois agentes de seguranças do Metrô tentando imobilizar o artista, enquanto ele sangra no chão. Há um homem, à paisana, os ajudando.
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“Ó aqui, ó. Sangue de músico no chão”, denuncia um amigo de Dunk, que registra a cena. Pessoas em torno da cena também questionam a ação dos guardas.
Em seguida, outros guardas se somam aos que imobilizam Yuri e tentam levá-lo do local. Nesse momento, um deles dá um mata-leão, golpe que sufoca o homem.
Um guarda à paisana intimida quem filma a cena quando se revolta com um guarda jogando spray de pimenta no rosto do homem imobilizado. “Filma essa porra então”.
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À Ponte, Dunk explica que estava em um vagão do Metrô em torno do meio-dia. Neste momento, os guardas prenderam mercadorias de um vendedor ambulante.
“Logo que visualizaram a gente no metrô, quiseram tirar sem estarmos cantando na estação”, explica. Yuri relata ter resistido à ordem de descer do vagão por “não estar cantando”.
A versão dos guardas no Boletim de Ocorrência registrado pela Polícia Civil de São Paulo é de que Dunk estava cantando no Metrô e, por isso, agiram contra ele.
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Os guardas defendem que, nesse momento, Yuri “se insurgiu, não acatando as orientações” de forma agressiva. Assim justificam as agressões.
“Eles quiseram me tirar a força e me forçaram. Me bateram e aconteceu o que aconteceu: machucaram a minha perna, meu supercílio e minha boca”, relembra o músico.
O guarda Denilson Ribeiro diz que o músico, que estava com um violão, é conhecido no metrô por “tocar e fazer mendicância” nos vagões. Ainda o acusa de “fumar maconha” nas plataformas.
Depois da cena filmada na plataforma, os guardas teriam levado o músico para uma sala e o ameaçado. “Depois me encaminharam para a polícia”, diz Yuri, citando o B.O. que fez por abuso de autoridade e de lesão corporal.
O delegado Antônio Carlos dos Santos, da Delegacia de Polícia do Metropolitano, também incluiu o crime de resistência no documento, práticas que serão apuradas pela polícia.
A Ponte questionou o Metrô sobre a ação dos guardas da estação Brás. Segundo sua assessoria de imprensa, os “agentes de segurança na estação Brás abordaram e orientaram repetidas vezes um músico que se apresentava no mezanino da estação”.
“Ele se recusou a sair do sistema e precisou ser imobilizado e levado à autoridade policial, que vai apurar os fatos. Durante a abordagem, dois agentes de segurança sofreram ferimentos leves e o infrator um corte no supercílio”, diz o Metrô.
Atualização às 12h15 de domingo (18/10) para incluir nota do Metrô.
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