Ativista preso diz que polícia quis “mostrar serviço”

     

    Tremembé, 1 de Julho de 2014.

    Tenho a consciência completamente limpa, pois participar de manifestação de rua está longe de ser crime. Ou mesmo algo, em termos vagos, errado. Eu não portaria explosivo algum, tanto é que pedi aos gritos que a abordagem fosse filmada. Afinal, eu não tinha comigo nada a esconder.

    Participar de manifestações com itens de proteção individual, como capacete, roupa grossa, vinagre e máscara de gás nem de longe é crime. Aliás, além de manifestantes e repórteres, tais itens também são usados por policiais.

    E mesmo assim fui preso, passei meu aniversário de 27 anos ontem em uma cela da qual não saí, alvo de acusações completamente sem fundamento

    Fabio Hideki Harano”

     

    O texto acima foi escrito pelo técnico em Farmácia e funcionário da USP Fabio Hideki Harano, conhecido por Japa ou Jaspion. Preso desde o dia 23 de junho, quando participava de um protesto contra os gastos públicos na Copa do Mundo, Hideki recebeu hoje Adriano Diogo, deputado estadual do PT, que o visitou no presídio de Tremembé, onde se encontra preso.

    Sobre Hideki, o secretário de Segurança Pública, Fernando Grella Vieira, chegou a dizer que era “líder dos black blocs”.

    Para o ativista, sua prisão deveu-se apenas ao desejo da polícia de “mostrar serviço”. Hideki acha que foi pego “para dar uma resposta à sociedade e à imprensa, que estavam cobrando a prisão de manifestantes violentos”, como os que depredaram automóveis em exposição em uma concessionária.

    Segundo Hideki, no momento da prisão, ele carregava apenas água com vinagre na mochila. Foi esse material que a polícia apresentou como sendo explosivos.

    Ponte publica nesta quarta-feira, 2,  entrevista exclusiva à repórter Tatiana Merlino, que acompanhou a visita do deputado.

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