A socióloga Julita Lemgruber lembra o caso da Alemanha, que testou a redução da maioridade penal, mas voltou atrás. Ela assegura: vamos provocar uma situação de mais violência
No quarto vídeo da série “Sobre Crimes e Castigos”, a socióloga Julita Lemgruber fala que uma redução da maioridade penal para 16 anos vai provocar mais violência e destaca que os adolescentes são responsáveis por um percentual ínfimo da criminalidade letal no Brasil. Ela lembra também o caso da Alemanha, que testou a medida e recuou.
“A Alemanha que tinha reduzido a maioridade penal para 16 anos, voltou para 18 anos, porque eles perceberam que essa estratégia não contribuiu para reduzir criminalidade. Ao contrário. o que a gente vai é provocar uma situação de mais violência.”
Julita Lemgruber é ex-diretora do sistema penitenciário do RJ, ex-ouvidora de polícia do mesmo Estado, socióloga, pesquisadora e coordenadora da campanha “Da proibição nasce o tráfico”
Nesta semana, Ponte Jornalismo publica até sexta-feira, a série de vídeos “Sobre Crimes e Castigos”, um projeto documental que apresenta diversos pontos de vista sobre as contradições da proposta de redução da maioridade penal em pauta no Congresso Nacional.
Serão 10 entrevistas com estudiosos da criminalidade e operadores do direito (defensores, promotores, policiais, juízes, secretários de segurança pública, parlamentares) que, de dentro da máquina do Estado, tentam fazer ecoar uma voz alternativa às medidas punitivas predominantes.
O projeto “Sobre Crimes e Castigos” é de autoria de Marina Lima, roteirista, e de Vini Andrade, filósofo e cineasta.
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1o. vídeo: Alguém acredita que o sistema penitenciário brasileiro funciona?
2o. vídeo: A mídia leva a população a associar redução da maioridade penal com mais segurança, diz juiz
3o. vídeo: “O encarceramento sempre foi um instrumento de manutenção da ordem econômico-social”
Quem faz:
MARINA LIMA (roteiro e direção) é roteirista graduada em direito e comunicação social. Há anos, sonha com o dia em que as leis do Brasil democrático sairão do papel.
VINI ANDRADE (roteiro e direção), filósofo de formação, investiga os motivos e os efeitos do ‘castigo’ no espectro do convívio em sociedade desde a graduação.
CAIO PALAZZO (fotografia e som) é fotógrafo e comunicador na ponte.org, onde investiga temas relativos à segurança pública.
FERNANDA LIGABUE (fotografia e som) é fotógrafa, videomaker e midiativista.
FELIPE CARRELLI (edição) é editor e cineasta. Dirigiu o documentário “Ano Luz” (2015).
LUÍZA FAGÁ (edição) é escritora, jornalista e cineasta. Dirigiu o documentário “Engarrrafados” (2009).
AMANDA JUSTINIANO (design gráfico) é artista gráfica, designer e idealizadora do Movimento Não Mate.
Mais sobre o projeto
[…] por Claudia Belfort no Ponte […]