Jovens protestaram em frente ao ginásio municipal de Nova Odessa, no interior de SP, na tarde de sábado (21). Alunos afirmam que queriam falar com ministro Milton Ribeiro, mas foram agredidos
Estudantes secundaristas afirmam que foram agredidos por policiais militares e guardas civis, na tarde deste sábado (21/8), do lado de fora de um ginásio municipal que recebia um evento com o Ministro da Educação, Milton Ribeiro, na cidade de Nova Odessa, a cerca de 130 km de São Paulo.
Segundo a estudante Rozana Barroso, 22 anos, presidente da Ubes (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas), os alunos foram ao local para tentar dialogar com o ministro, na tentativa de propor ideias sobre uma volta às aulas com segurança e inclusiva.
“As aulas estão voltando e muitas escolas não têm condições seguras para receber os estudantes. Nós queríamos nos reunir para reivindicar o acesso à educação para a juventude brasileira, que hoje se encontra mais nos semáforos vendendo jujuba do que estudando”, diz Rozana.
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Os estudantes, no entanto, não conseguiram entrar no ginásio ou conversar com o ministro. Além disso, os organizadores do evento teriam pedido para que os policiais que estavam no local impedissem a aproximação dos jovens das grades.
Para evitar que os alunos se aproximassem do gradil que daria para serem ouvidos pelos participantes do evento, PMs afastaram os jovens à força. “A polícia recebeu os estudantes de forma brutal, e a gente não teve o direito de dialogar com o ministro da Educação e não conseguimos entrar no ginásio”, conta Bruna Brelaz, presidente da Une (União Nacional dos Estudantes).
O deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP) usou as redes sociais para comentar sobre a ação policial. Segundo ele, “não há nenhuma justificativa para acionar a polícia contra um protesto pacífico de estudantes”.
Durante o evento, o ministro comentou sobre o protesto dos estudantes que acontecia do lado de fora, mas não falou sobre a atuação policial. “Essa manifestação não é de alunos que querem estudar, propriamente. Se eu estivesse aqui falando que as escolas tinham que ficar fechadas, talvez muita gente não viria reclamar de mim. Mas eu quero as escolas abertas”, disse Ribeiro.
Em outro momento de sua participação no evento, o ministro voltou a provocar os estudantes que estavam do lado de fora do ginásio. “Eu tenho certeza que nenhum desses meninos barulhentos pertencem à cidade de vocês. [Os jovens de Nova Odessa] Estão estudando, porque gente que estuda não tem tempo de fazer bagunça”.
A Ponte questionou Polícia Militar e a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo sobre a ação da PM, e o motivo de não deixar os jovens se aproximarem das grades. Em nota, o governo paulista disse que a prestou apoio à GCM e “toda denúncia pode ser registrada na Corregedoria da PM, que está à disposição para apuração”.
A reportagem também questionou a Guarda Civil Municipal, mas ainda não obteve retorno.