Juíza Débora Faitarone usou o argumento de legítima defesa para inocentar os 5 policiais de todas as acusações, inclusive da alteração da cena do crime, ocorrido em 2014
Familiares e amigos dos pichadores Ailton dos Santos e Alex Dalla Vechia, mortos por policiais militares após denúncia de que estariam assaltando um prédio residencial, no bairro da Moóca, zona leste de São Paulo, em 2014, realizaram protesto pelas ruas do centro da capital paulista contra a sentença da juíza Débora Faitarone. Na semana passada, a magistrada inocentou os cinco policiais envolvidos na ocorrência, alegando que os agentes agiram por legítima defesa. O Ministério Público está recorrendo da decisão.
Além dos dois filhos deixados por Alex, estiveram presentes no ato a mulher dele e a mãe, Dona Mara, de 59 anos. Para ela, a sentença é injusta ao não levar em conta as provas de que os dois rapazes estariam no interior do prédio para pichar e não para assaltar, como foram acusados. “Eu gostaria de ter a pasta com os documentos do processo em mãos para promover um debate público sobre o caso”, desabafa Dona Mara. Mesmo com o visível cansaço nas pernas, a mãe de Alex acompanhou o ato do início ao fim, caminhando ao lado de pichadores e amigos de Ailton e do seu filho. Sobre as provas que demonstram a atuação dos pichadores na ocasião, Dona Mara afirma que uma das moradoras do edifício ouviu seu filho dizer “eu sou pichador, não me mate por favor”, antes de ser executado.
A mulher de Ailton, Eliete Prestes, ajudou, ao longo da semana, a promover a manifestação. Na semana passada, ela falou à Ponte que a indignação é grande e que desejam ver uma mudança nessa decisão: “Eu tinha depositado todas as minhas esperanças na promotoria, não quis colocar advogado. Isso não vai ficar assim”, disse a viúva.
O ato reuniu pouco mais de cem pessoas, seguiu em direção ao prédio da prefeitura de São Paulo ao som de gritos contra o atual prefeito, João Dória (PSDB). O prefeito foi lembrando devido suas ações de combate à pichação e ao grafiti, realizados logo no início da sua gestão. A polêmica começou quando, por ordem do tucano, os grafites da Avenida 23 de Maio, a maior galeria a céu aberto da América Latina, foram apagados. Depois disso, ele sancionou uma lei que exigia uma série de autorizações para grafitar pela cidade e endurecia a punição aos pichadores com multas que variam de R$ 5 mil a R$ 10 mil.
Confira mais imagens feitas pelo fotógrafo Sérgio Silva na noite desta quinta-feira (30/11):
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