Fundo Baobá financia projetos de combate à Covid-19 para negros, pobres e indígenas

    Organização trabalha desde 2011 com ações de promoção da equidade racial e já selecionou mais de 200 iniciativas em diversas regiões do país

    Equipe do Baobá em lançamento de edital | Foto: Fernanda Portella/Baobá

    O Fundo Baobá, projeto filantrópico que promove ações de equidade racial para população negra do Brasil, criado em 2011, lançou um edital para apoiar projetos de pessoas e organizações comprometidas com a equidade racial durante a pandemia do coronavírus.

    A proposta do edital é financiar projetos de ações de prevenção ao coronavírus feitas em comunidades periféricas e outros territórios de vulnerabilidade, com populações em situação de rua, populações privadas de liberdade, jovens que cumprem medidas socioeducativas e idosos.

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    Populações que vivem em áreas remotas de todas as regiões do país, como comunidades quilombolas, ribeirinhas, indígenas, ciganos, migrantes, refugiados, além de comunidades tradicionais, nas florestas e ilhas com casos notificados, também estão contempladas.

    “O critério de seleção está na demanda das regiões, lugares que mais apresentaram projetos, e também com dados epistemológicos, então a gente sempre faz análise cruzando essas duas informações”, explica Selma Moreira, presidente do Baobá.

    A primeira lista de apoio foi divulgada em 17 de abril. Foram 228 requerimentos de apresentações e 376 de pessoas. Desses, 60 propostas individuais e 40 de organizações foram selecionados. Cada selecionado receberá o repasse de R$ 2.500.

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    Das inscrições individuais, 18 são do Rio de Janeiro e 15 da Bahia. Das organizações, 10 são do Rio de Janeiro, 7 da Bahia e 6 de São Paulo. Os projetos já selecionados vão atuar em diferentes áreas: desde as comunidades quilombolas até reservas indígenas.

    A segunda lista foi divulgada nesta quinta-feira (30/4): mais 220 projetos foram selecionados, sendo 130 pessoas e 90 organizações. Em doze dias, da primeira lista para a segunda, o edital do Baobá recebeu mais de 1.037 solicitações de apoio a projetos de combate ao coronavírus em comunidades vulneráveis.

    Rio de Janeiro corresponde a 15 projetos individuais selecionados, seguido por Bahia com 11 projetos e São Paulo com 5. Das organizações, Bahia possui 15 projetos, Rio de Janeiro 8 e São Paulo, assim como Pernambuco e Ceará. 4.

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    A ideia, conta Selma, é combater a pandemia em espaços majoritariamente negros, como as favelas e comunidades tradicionais. Para ela, o grande desafio é enfrentar o racismo estrutural que perpetua a exclusão.

    “A pandemia da Covid-19 agrava ainda mais a desigualdade racial no Brasil, em suas vertentes individual, sociocultural, ambiental e econômica, e é isso que precisamos evitar com ações emergenciais rápidas e efetivas”.

    Segundo a diretora, a variedade de projetos selecionados visa contemplar a diversidade do nosso país e envolve iniciativas implementadas nos grandes centros urbanos do Rio e de São Paulo, mas também no Norte e Nordeste.

    “Recebemos projetos cujas ações ocorrem em comunidades indígenas, assentamentos, outros que envolvem quilombolas, população em situação de rua, profissionais do sexo, usuários de drogas, idosos, mulheres que vivenciaram o cárcere, pescadores artesanais, catadores de material reciclado, além de moradores das periferias das grandes cidades. Essa era justamente a finalidade do edital: levar recursos para quem realmente precisa nas diversas regiões deste país”, conta.

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