Gerente de bar que estuprou e matou militante em SP é condenado a 30 anos de prisão

    Willy Liger violentou e matou com um taco de beisebol Débora Melo em dezembro de 2016; condenado não poderá recorrer em liberdade

    Willy Liger quando foi capturado pela polícia e a vítima Débora Soriano Melo | Foto: reprodução

    O gerente de bar Willy Gorayeb Liger, 30 anos, foi condenado a 30 anos de prisão pelo estupro e assassinato da militante feminista Débora Soriano Melo, à época com 23 anos, ocorrido em 14 de dezembro de 2016, na Mooca, zona leste de São Paulo.

    Liger foi denunciado pelo promotor Felipe Eduardo Levit Zilberman em 1º de março de 2017 (leia aqui denúncia completa) e, nesta quinta-feira (9/1), foi condenado pelo Tribunal do Júri por feminicídio qualificado e estupro. A pena imposta deverá ser cumprida em regime inicial fechado e cabe recurso da decisão, mas, de acordo com o TJ-SP, o condenado não poderá recorrer em liberdade.

    Na denúncia, Zilberman havia destacado que Débora foi abusada sexualmente com “brutal violência física inclusive com utilização de instrumento contundente”, que “provocaram lesões internas graves na vítima e que lhe causaram severa hemorragia e atroz sofrimento. Consumado o estupro, o acusado, ainda não satisfeito, decidiu matar Debora a fim de garantir a impunidade pela violência sexual perpetrada”.

    Segundo nota do TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo), os jurados, quatro homens e três mulheres, reconheceram que o réu causou a morte da vítima com golpes de bastão, para assegurar a impunidade do estupro anteriormente praticado, em acordo com a denúncia do Ministério Público Estadual.

    Na sentença, o juiz Luis Gustavo Esteves Ferreira destacou que o crime “foi cometido pelo acusado com brutalidade incomum, incompatível com o mais elementar sentimento de piedade humana”, informa nota do TJ-SP.

    A Ponte pediu acesso à sentença completa, mas não obteve retorno, já que o caso está em segredo de Justiça. A reportagem também tentou localizar contato da defesa de Liger, mas não conseguiu. Segundo a Folha de S.Paulo, a defesa informou que vai tentar reduzir a pena.

    Relembre o caso

    Na manhã de 14 de dezembro de 2016, o gerente de bar Willy Gorayeb Liger estuprou e matou com golpes de bastão a militante feminista Débora Soriano Melo, em um bar localizado na rua Aparaju, na Mooca, zona leste de São Paulo.

    De acordo com os autos, vítima e acusado se conheceram em uma casa noturna, onde Liger estava com outros dois amigos em uma comemoração de aniversário. Débora estava acompanhada de uma amiga. Ao encerrar o funcionamento da casa, o grupo foi ao bar onde Liger trabalhava, de propriedade de um primo dele. Lá, Débora e Liger ficaram sozinhos e o acusado, ao receber a recusa de manter relação sexual, decidiu estuprá-la.

    O gerente fugiu após cometer o crime e foi capturado em Ubaitaba, na Bahia, no dia 23 de dezembro do mesmo ano. No dia seguinte à prisão de Liger, a Ponte veiculou o relato de outra vítima, estuprada por ele em 2009.

    Liger confessou ter matado Débora, mas alegou “lapso de memória” com relação ao abuso sexual. O MP-SP fez a denúncia em março de 2017.

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