Segundo advogado, irmã e pai de jovem que denunciou agressão policial à Corregedoria foram intimidados nos últimos dias após reportagem da Ponte
Após família abrir reclamação na Corregedoria da PM e denunciar agressão na Ponte, policiais militares da 2ª companhia do 28º Batalhão da PM na capital paulista estão intimidando e perseguindo o motoboy Diego*, 23, a operadora de loja Amanda*, 29, e o pai deles, César*, 52, na zona leste da cidade de São Paulo.
A família havido sido agredida no último domingo (8/11), quando César e Amanda foram ao 28º batalhão reclamar da agressão que Diego havia sofrido horas antes. Na ocasião, pai, filho e filha foram agredidos pelos PMs soldado Gabriel Junho Napolitano, 24 anos, soldado Gustavo de Oliveira Mouro, 27 anos, cabo Marcos da Silva, 34 anos, e sargento Carlos Eduardo Piva dos Santos, 36 anos. O caso foi registrado no 53º DP (Parque do Carmo)
O advogado Bruno Cerqueira Gomes, que cuida da defesa de Diego e seus familiares, enviou nesta quinta-feira (12/11) um ofício à Corregedoria da PM relatando as intimidações que a família vem sofrendo. No documento Cerqueira afirma que Amanda e o marido foram intimidados “com olhares” por PMs da Rocam (Ronda Ostensiva com Apoio de Motocicletas) na manhã de quarta-feira (11/11), em frente a casa onde o casal mora.
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No começo da tarde desta quinta-feira (12/11), foi a vez de César visualizar uma viatura policial indo em sua direção, de forma lenta, com os policiais acompanhando e intimando com olhares a sua entrada em sua casa. O advogado afirma no documento que as viaturas pertenciam à 2ª Companhia do 28º Batalhão da PM, e seriam, portanto, da mesma equipe dos policiais que foram denunciados.
“Cumpre esclarecer que a família se encontra apavorada com a situação e os policiais temendo serem punidos pela sua conduta desproporcional, tentam intimidá-los, causando medo e, inclusive espalhando fotos aos demais policiais que trabalham na região”, denunciou o advogado Bruno Cerqueira à Corregedoria.
“As vítimas precisam de ajuda e somente a Corregedoria pode ajudar antes que aconteça algo pior com a integridade física de todos”, completou Cerqueira.
Outro lado
A reportagem procurou novamente a Secretaria da Segurança Pública e a Polícia Militar para saber como o caso está sendo conduzido na Corregedoria da PM e aguarda retorno. Procurado pela Ponte, o ouvidor das polícias Elizeu Soares afirmou que, “com base na denúncia e a própria reportagem, vamos solicitar que a Corregedoria investigue os dois casos”, se referindo às agressões e também às ameaças sofridas pela família.
*Os nomes das pessoas foram alterados para evitar represálias