Juntos, Maycon e Ronildo pegaram 6 anos e 9 meses de prisão por lesão corporal gravíssima e constrangimento ilegal; para mãe da vítima, embora pena tenha sido branda, a justiça foi feita
A Justiça de São Paulo condenou o tatuador Maycon Wesley Carvalho dos Reis a cumprir 3 anos, 4 meses e 15 dias de prisão e o pedreiro Ronildo Moreira de Araújo a 3 anos 9 meses e 7 dias por lesão corporal gravíssima e constrangimento ilegal. A dupla tatuou “Eu sou ladrão e vacilão” na testa de um adolescente em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, no dia 31 de maio do ano passado. Hoje aos 18 anos recém completados, Ruan Rocha da Silva ainda passa por tratamento sem previsão de alta.
Mãe do adolescente, Vânia da Rocha afirma que a família recebeu com alívio a notícia da condenação na tarde desta segunda-feira (19/2), embora acredite que ambos mereciam uma pena maior. “O que eles fizeram com meu filho foi horrível. Hoje foi com o Ruan, amanhã pode ser com outra pessoa. É claro que eu queria uma condenação maior, eles não só torturaram. Eles fizeram ameaça, humilharam, amarraram com enforca gato. Mas me sinto reparada, sim, estou aliviada e acho que a justiça foi feita”, afirmou.
Por ser primário, Maycon vai direto para o regime semiaberto. A condenação é em primeira instância, mas a juíza Daniela de Carvalho Duarte, da 5ª Vara Criminal de São Bernardo, indeferiu o pedido de recurso em liberdade. Na ocasião, enquanto Maycon tatuou o garoto, Ronildo fez um vídeo e compartilhou na internet. A motivação da agressão teria sido vingança por um suposto roubo de bicicleta. O adolescente, na época, negou a acusação.
Vânia esteve com o filho no sábado (17/2), quando ele completou 18 anos. “O pessoal da clínica fez uma festa surpresa para ele. O Ruan, graças a Deus, está bem, evoluindo bem o tratamento e está tranquilo. Mas não tem previsão de alta ainda. Porque, por exemplo, vamos supor, o tratamento dele é seis meses, mas a tatuagem não saiu por completo ainda. Então ele vai ficar”, explicou. Além de Ruan, Vânia também recebe, semanalmente, amparo psicológico, quando aproveita para visitar o filho, sempre às quartas-feiras.
Ainda cabe recurso da decisão da Justiça de São Paulo. A reportagem tentou entrar em contato com um dos advogados responsáveis pela defesa dos réus, por telefone, mas não obteve retorno.