Polícia Civil do RJ descobriu plano de milicianos para matar deputado, segundo jornal O Globo; ‘Não é uma ameaça ao Freixo, mas à democracia’, escreveu parlamentar nas redes sociais
O deputado estadual Marcelo Freixo (Psol-RJ) anunciou em suas redes sociais na tarde desta quinta-feira (13/12) que está sendo ameaçado e sua vida corre risco. De acordo com reportagem do jornal O Globo, a Polícia Civil do Rio descobriu um plano feito por uma milícia da zona oeste do Rio para assassinar o parlamentar nos próximos dias.
Um policial militar e dois comerciantes foram citados no relatório que identifica o plano. Os três homens são ligados a um grupo de milicianos investigado pela Divisão de Homicídios (DH) pelo assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e o motorista Anderson Gomes.
O assassinato de Freixo, segundo a investigação, aconteceria durante uma agenda programada pelo parlamentar para o próximo sábado em Campo Grande. Freixo encontraria com militantes e professores da rede particular de ensino, no sindicato da categoria, mas cancelou os compromissos.
No domingo (16/12), o relatório da CPI das Milícias, presidida por Freixo e na qual Marielle Franco, que ainda nem era vereadora, atuou, completa 10 anos.
“No mês em quem a CPI das Milícias completa 10 anos, voltei a ser ameaçado. A CPI foi um marco no combate ao crime: mais de 200 indiciados e principais chefes presos. Apresentamos 48 medidas para enfrentar a máfia, mas nada foi feito”, desabafou o parlamentar nas redes sociais.
Depois de tecer críticas à apatia do Estado em todas as suas instâncias por não ter sido combativo como deveria com relação ao avanço das milícias, Freixo cobra soluções que constam, inclusive, no relatório final da CPI. “Não é uma ameaça ao Freixo, mas à democracia. Não é uma questão pessoal, é muito mais que isso. A Zona Oeste está hoje sendo governada pelo crime. Desde 2008, quando presidi a CPI das Milícias, passei a contar com proteção policial por receber inúmeras ameaças concretas de morte. Apresentei medidas para o enfrentamento dos milicianos. O que foi feito? Nada. Lamentável”, escreve na conta pessoal do Twitter.
O plano teria sido descoberto em meio à operação deflagrada nesta quinta-feira para cumprir mandados de busca e apreensão de milicianos que poderiam, inclusive, ter alguma ligação com o assassinato de Marielle e Anderson. A Polícia Civil, no entanto, ao longo de todo o dia frisou que tentará manter o máximo de sigilo sobre a operação.