Marcha cobra Justiça passados 27 anos do massacre do Carandiru

    Centenas de pessoas caminharam pelo centro de São Paulo e se manifestaram em frente a prédios que abrigam atores do sistema de justiça

    Ato em frente à Catedral da Sé cobra respostas 27 anos após o massacre | Foto: Sérgio Silva/Ponte Jornalismo

    Uma marcha ocorrida no centro de São Paulo relembrou o massacre do Carandiru 27 anos após o assassinato de 111 pessoas no Pavilhão 9 da Casa de Detenção, então localizada na zona norte de São Paulo. A entrada da Tropa de Choque da PM em uma rebelião no dia 2 de outubro de 1992 terminou com o banho de sangue.

    Grupo se reúne momentos antes da marcha ter início |Foto: Sérgio Silva/Ponte Jornalismo

    Centenas de pessoas andaram da Praça da Sé, passaram pelas sedes do Ministério Público, da Secretaria da Segurança Pública e do Tribunal de Justiça de São Paulo. Bonecos foram deixados em frente aos prédios, representando os mortos.

    Ato cobrou mudanças no sistema penitenciário de São Paulo | Foto: Sérgio Silva/Ponte Jornalismo

    Sobreviventes do massacre promovido pela Polícia Militar relembraram os momentos que viveram naquele dia quase três décadas atrás. Um deles foi o rapper Kric MC, integrante do Comunidade Carcerária, cobrou mudanças no sistema penitenciário e mais direitos para os presos.

    Kric Cruz, sobrevivente do massacre, participou da marcha | Foto: Sérgio Silva/Ponte Jornalismo

    Segundo levantamento do Núcleo de Estudos sobre o Crime e a Pena e Clínica de Acesso à Justiça e Advocacia de Interesse Público, grupos de pesquisa e extensão da FGV (Fundação Getúlio Vargas), de dez vítimas do massacre, duas famílias receberam indenização do estado pela morte de seus entes. O valor das indenizações não passou de R$ 35 mil.

    Manifestantes criticaram encarceramento em massa e trabalho do sistema de Justiça | Foto: Sérgio Silva/Ponte Jornalismo

    Passados 27 anos, nenhuma pessoa foi presa nem responsabilizada pela morte de 111 pessoas, segundo os números oficiais. Em junho de 2018, a 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça decidiu por unanimidade anular a então condenação de 74 policiais militares pela ação dentro do Carandiru. Um novo julgamento não foi agendado e não há informações se o processo será desmembrado. Até então, os agentes públicos foram condenados a cumprirem penas entre 48 e 624 anos de prisão.

    Foto: Sérgio Silva/Ponte Jornalismo

    O MP cogita a possibilidade de parte das penas prescreverem antes mesmo de haver qualquer definição sobre os julgamentos.

    Manifestante protesta contra o massacre ocorrido em 1992 e impunidade dos policiais | Foto: Sérgio Silva.
    Foto: Sérgio Silva/Ponte Jornalismo
    Foto: Sérgio Silva/Ponte Jornalismo
    Foto: Sérgio Silva/Ponte Jornalismo
    Foto: Sérgio Silva/Ponte Jornalismo

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