Nazista publica vídeo agredindo jovens e internautas aplaudem

    Seguidores de página de “orgulho hétero” elogiaram vídeo em que corretor de imóveis agride jovens e diz que que nordestinos precisam “voltar para a terra deles”

    https://www.facebook.com/pontejornalismo/videos/610832449066838/

    “São Paulo não é lugar de cabeça de gato vir desrespeitar família de bem”, afirma um homem chamado Alexandre de Paiva, vestindo uma jaqueta com a bandeira do estado de São Paulo, em um vídeo batizado de Assim que se espanta vagabundo. Na mão direita, ele segura uma faca.

    Olhando para a câmera, Alexandre anuncia que vai mostrar a “uma pá de maconheiro safado sem vergonha” que “está na hora de voltar para a terra deles”. Ele tira os óculos escuros, pede para a cinegrafista segurá-los e parte em direção a um grupo de seis jovens apoiados numa amurada. A maioria foge correndo, mas um deles é golpeado por Alexandre, aparentemente com o cabo da faca.

    Segundo as informações do seu perfil no Facebook, Alexandre atua como corretor de imóveis e vendedor de seguros numa empresa que mantém com a esposa em Santana, zona norte da cidade de São Paulo. Na rede social, exibe fotos em que usa a cruz de ferro alemã com uma caveira, símbolo relacionados à cultura nazista.

    Em 19/2, Alexandre postou o vídeo com as agressões aos jovens em seu perfil e também numa página chamada Orgulho de Ser Hetero. Com mais de 115 mil seguidores, a página apoia o deputado federal Jair Bolsonaro para presidente, diz que as mulheres “piram nos machistas opressores” e prega a liberação do porte de armas para “cidadãos de bem”.

    Foto em que Alexandre exibe símbolos relacionados à cultura nazista

    Mesmo entre os “héteros orgulhosos” seguidores da página, o vídeo dividiu opiniões. Houve críticas, mas também um grande número de postagens que apoiou a “atitude corajosa” do corretor de imóveis contra “cabeça chata filhos da puta” e “vagabundos drogados” (isso numa página que tem como símbolo o ator Charlie Sheen, usuário assumido de crack e outras substâncias).

    Veja abaixo a reação de alguns dos que aplaudiram o vídeo nazista:

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    Dias depois, a página Orgulho de Ser Hetero tirou o vídeo do ar e Alexandre apagou seu perfil no Facebook, criando outro.

    A Ponte Jornalismo entrou em contato por e-mail com Alexandre e com o responsável pela página. Até o momento, nenhum deles respondeu.

    Atualização às 12h55 – Em contato telefônico com a Ponte Jornalismo, a assessoria de imprensa da Secretaria da Segurança Pública disse que não viu crime de ódio no vídeo, apenas uma “lesão corporal leve”, um tipo de crime que depende de uma representação das vítimas na delegacia para ser investigado.

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