PM morre baleado por irmão de farda em treinamento

    Samuel Rodrigo Rosa teria sido atingido por tiro acidental em ação do Gate, tropa especial da polícia de SP: ‘situação desse tipo eu nunca ouvi’, diz ex-secretário nacional de segurança

    Primeiro-tenente Rosa levou um tiro disparado por outro policial | Foto: Arquivo/Ponte

    O policial militar Samuel Rodrigo Rosa, de 43 anos, morreu baleado em um treinamento no começo da noite desta terça-feira (1/9), na zona norte da cidade de São Paulo.

    Rosa integrava o Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais), tropa especializada em ações com resgate de reféns, por exemplo.

    O policial participava de um treinamento específico para entradas táticas no Horto Florestal. A ação ocorria em uma escola desativada. O PM entrava em um ambiente sem luz quando um de seus parceiros escorregou e caiu.

    Na queda, a submetralhadora que o policial carregava disparou e acertou o primeiro-tenente no ombro. Rosa foi socorrido no local, com ações de primeiros socorros, e depois para o Hospital da Polícia Militar, mas não resistiu.

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    O ex-secretário nacional de Segurança Pública José Vicente da Silva Filho pontua que casos como esse são raros na PM.

    “É extremamente incomum. O Gate é muito bem treinado, tem tradição de alta qualidade”, pontua. Segundo ele, a tropa tem origem em experiências com a Swat, polícia de elite dos Estados Unidos, o que evidenciaria seu preparo.

    Um ponto destacado por José Vicente é o calibre de armamento usado pela tropa, acima dos demais policiais. Para tal, o treinamento demanda mais cuidados.

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    O especialista detalha que os PMs de São Paulo recebem 700 horas de treinamento com armas, enquanto policiais de Nova York, por exemplo, recebem 500.

    “Os tiros são principalmente de pistola, arma básica do policial, mas também tem calibre 12, fuzil, metralhadora. Em atividade, todas as armas são travadas. Situação desse tipo eu nunca ouvi falar”, afirma.

    Um dos diferenciais do trabalho do Gate, explica, é a negociação com reféns. Ao mesmo tempo que o PM conversa com os criminosos, analisa a possibilidade de ações, como uma invasão tática.

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    “A invasão é preparada sobre todos cuidados. Se tem pessoa perto janela, na porta, se tem arma apontada para refém… A visão interna da edificação é com o negociador”, detalha.

    Em resposta à Ponte, a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo explica que um inquérito policial militar apura todas as circunstâncias da morte do primeiro-tenente Rosa.

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