O segurança Gesner Wendell de Souza, 37 anos, denuncia que policial militar agrediu seu pai de 58 anos e o filho de 12, na zona leste de SP: “foi uma humilhação”
Uma festa de família, que comemorava o aniversário de 16 anos da filha do segurança Gesner Wendell de Souza, 37 anos, na Vila Nova Curuçá, na zona leste da cidade de São Paulo, foi interrompida pela chegada de policiais militares, no último domingo (17/5).
As agressões dos policiais não pouparam velho nem criança, segundo a família. Os PMs agrediram tanto o pai de Gesner, de 58 anos, quanto seu filho de 12 anos. Do segurança, os PMs quebraram três costelas.
Leia também: PMs invadem casas e agridem moradores da Favela do Moinho, segundo testemunhas
Gesner limpava a garagem da casa, ao final da festa, quando sete viaturas da PM pararam diante da sua casa. Uma delas, conforme registrado nas imagens, tinha o prefixo M-48111, o que significa que pertencia à 1ª Companhia do 48°BPM/M (Batalhão de Polícia Militar Metropolitano). Antes disso, uma vizinha, que seria policial, tinha reclamado do som alto. Fez isso por duas vezes. Na terceira, chamou os colegas.
Segundo o segurança, um PM chegou dizendo que havia denúncia de tiros disparados a partir de um veículo Peugeot branco, carro que é de seu pai.
“Meu pai entrou para pegar o papel, estava com o documento na mão e o PM deu murro para pegar o documento. Ainda deu uma chacoalhada nele, um senhor de 58 anos, e veio para cima de mim”, conta. Nisso, começou uma briga. “Começou a pancadaria geral. Não sou de tomar porrada na cara de bobeira. Quebrei três costelas, estou com o nariz quebrado”, conta Gesner.
A violência teria partido de um policial “de quase dois metros”. “Depois vieram outros dois [PMs] me chutando. Saí catando cavado. Me massacraram, estou com marca de bota nas costas”, detalha.
O morador denuncia que o filho de 12 anos também se feriu na ação policial. “Aconteceu na frente do meus filhos. Jogaram spray de pimenta, foi uma humilhação”, prossegue.
A Ponte questionou a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo, administrada pelo general João Camilo Pires de Campos neste governo de João Doria (PSDB) e a Polícia Militar, comandada por Fernando Alencar Medeiros, sobre a ação denunciada na Vila Nova Curuçá.
Em nota, a pasta explicou que a PM foi acionada à 0h50 do domingo porque havia uma briga no local. “Ao chegar no local, a ocorrência evoluiu para desacato”, diz a nota. “A PM esclarece qualquer denúncia sobre a conduta de seus agentes pode ser feita diretamente na corregedoria da instituição”.
Atualização às 20h05 de sábado (23/5) para incluir posicionamento da SSP.