No episódio 8, falamos dos desdobramentos da ação policial em Guararema, que deixou 11 mortos, a censura sofrida pela Ponte e como a extrema direita tenta criminalizar quem pensa diferente
Listen to “PonteCast” on Spreaker.
No episódio 8 do PonteCast, o repórter Arthur Stabile conta os bastidores da cobertura da ação policial em Guararema, cidade a 80 km de São Paulo, que resultou na morte de 11 suspeitos de planejar dois ataques a bancos. A ação encabeçada pela Rota, a tropa de elite da PM paulista, foi comemorada, na pequena cidade de cerca de 28 mil habitantes e virou o assunto principal desta quinta-feira (4/4), quando a reportagem da Ponte esteve lá. “Foi um evento na cidade. Teve gente que vestiu a melhor roupa, fez maquiagem para ir até a delegacia e saber dos detalhes”, conta Stabile. Até o momento, três suspeitos de integrarem a quadrilha foram presos. Segundo a polícia, o grupo havia realizado uma ação semelhante na cidade de Sorocaba e o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) do MP-SP (Ministério Público de São Paulo) passou a monitorar os suspeitos com escutas telefônicas e acionou a Rota para a realização da operação.
Em coletiva de imprensa, o diretor-executivo da PM paulista, Coronel Álvaro Camilo, disse que a operação se preocupou com vidas e em proteger o cidadão. Na ocasião, a Ponte foi censurada e impedida de questionar a cúpula da segurança pública sem maiores esclarecimentos. No episódio, a repórter Maria Teresa Cruz, que sofreu a censura, exibe também o áudio que comprova que a reportagem fez a inscrição para as perguntas. Nesta sexta-feira (5/4), a pasta enviou uma nota afirmando que “nem a Assessoria de Imprensa da Secretaria da Segurança e nem o governo se pautam pela censura, haja vista ter sido concedida uma entrevista coletiva para atender a todos os veículos ao mesmo tempo”.
Por fim, Maria Teresa Cruz conta um pouco dos bastidores da pancadaria entre o grupo pró e contra o golpe de 64. As agressões, que aconteceram dos dois lados, continuam a ser investigadas pelo 78º Distrito Policial, na zona sul de São Paulo. “A ideia de que existe um inimigo a ser combatido, de acusar o outro de ser violento e se colocar no papel de vítima e de propagar informações não confirmadas, cria um discurso que criminaliza quem pensa diferente”, afirma a editora. Ouça.