Prefeito João Dória ordenou o afastamento do guarda municipal, e, em vídeo postado na redes sociais, disse que corporação faz trabalho humano e primoroso
A Prefeitura de São Paulo classificou a ação contra Samir Ali Ahmed Sati, 40 anos, como um “procedimento inadequado dos agentes que descumpriram o decreto”. O homem, que está em situação de rua, teve um braço fraturado depois de ter sido agredido por um GCM (Guarda Civil Metropolitano) na manhã de quarta-feira (03/05).
A assessoria de imprensa da Prefeitura afirmou que o GCM não agiu conforme previsto no decreto número 57.581 de 20 de janeiro de 2017. O primeiro parágrafo do artigo dez desse decreto diz que “é vedada a subtração, inutilização, destruição ou a apreensão dos pertences da população em situação de rua”. O inciso 1 ainda ressalta a proibição da retirada de “cartões bancários, sacolas, medicamentos e receitas médicas, livros, malas, mochilas, roupas, sapatos, cadeiras de rodas e muletas”.
Além disso, o artigo quinto do decreto, assinado pelo prefeito João Doria (PSDB), diz que “as Prefeituras Regionais deverão informar, mensalmente, os locais de realização das ações de zeladoria urbana, mediante divulgação em seu sítio eletrônico, comunicando os dias e horários às equipes da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social dos respectivos territórios”. Entretanto, a subprefeitura do Jabaquara, na zona sul, responsável pela área, não divulgou nenhuma ação que seria realizada no local, data e horário que aconteceu a operação da GCM e outros funcionários da Prefeitura.
Sobre a operação realizada no local, a assessoria da Prefeitura disse apenas que “a ação de zeladoria desta quarta-feira, no entorno do metrô Conceição, desobedeceu ao decreto 57.581/2017”, e que “todos os agentes das Prefeituras Regionais foram orientados por diversas vezes sobre os procedimentos para cumprimento do texto”.
Em vídeo publicado nas redes sociais do prefeito João Doria, na madrugada desta quinta-feira (04/05), o tucano afirma que solicitou ao secretário de segurança urbana, José Roberto Rodrigues de Oliveira, o afastamento do guarda civil. O GCM não teve o nome divulgado.
Hoje ocorreu um episódio lamentável envolvendo um morador em situação de rua e um GCM. Nada justifica tamanha violência! pic.twitter.com/aSZ50XseZH
— João Doria (@jdoriajr) 4 de maio de 2017
Na publicação que acompanhava o vídeo no Facebook, Doria ainda escreveu que “a GCM vem desempenhando um trabalho humano e primoroso, que não condiz com este caso isolado”.
A assessoria de imprensa da Prefeitura disse que “uma sindicância foi aberta na Prefeitura Regional Jabaquara para apurar o procedimento inadequado dos agentes que descumpriram o decreto”. Além disso, há um inquérito administrativo aberto na Corregedoria da Guarda Civil Metropolitana.
A assessoria da Prefeitura afirmou que Samir Ali Ahmed Sati, e sua esposa, Mirela Nunes Ramos, foram encaminhados para o Centro Temporário de Acolhimento e serão inseridos nos programas de capacitação e emprego da Prefeitura.