Projeto da Rede de Proteção e Resistência Contra o Genocídio e da Amparar (Associação de Amigos e Familiares de Presos) reuniu 30 profissionais voluntários
Uma parceria entre a Amparar (Associação de Amigos e Familiares de Presos) e a Rede de Proteção e Resistência Contra o Genocídio passou a oferecer atendimento psicológico a familiares de presos via Whatsapp. A ideia inovadora, que teve início nesta segunda-feira (30/3), busca reduzir os impactos da decisão da Justiça que suspendeu visitas aos detentos no estado de São Paulo em razão do coronavírus.
Inicialmente, o projeto conta com 30 psicólogos e psicólogas, que atuam gratuitamente, e que têm a missão de ouvir e orientar os familiares dos detentos. Segundo Marisa Feffermann, articuladora da Rede, somente no primeiro dia cada profissional atendeu a um familiar.
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Entre os atendidos, pessoas com parentes encarcerados em diversas cidades, como Avaré, Flórida Paulista e São José dos Campos. Já há uma lista de espera para novas conversas.
“Existe um grupo que está totalmente desassistido, que foram impedidos de verem os filhos ou maridos, sem notícia nenhuma. A gente passou a pensar nessa perspectiva de minimizar, nesse primeiro momento, toda essa dor. Não na perspectiva de apaziguar, mas de fortalecer a luta dessas mulheres violentadas pelo Estado”, conta Marisa.
A articuladora, que também é psicóloga, explicou à Ponte que o auxílio foi divulgado em grupos de familiares de presos no Whatsapp, que, após demonstrarem interesse, foram encaminhados para conversar com um profissional disponível. A dinâmica também será a mesma para novos interessados.
Marisa ainda sustentou que os profissionais estão sendo orientados pela Amparar, já que muitos deles nunca atuaram num ambiente “tão delicado” como o prisional. “É uma questão nova, estamos construindo com tudo mundo na maior disposição, porque é tudo por Whatsapp, nós nunca vimos a pessoa, elas nunca foram escutadas. Elas ficam super emocionadas com a possibilidade de serem procuradas e ouvidas” diz.
De acordo com a articulada da Rede de Proteção e Resistência Contra o Genocídio a intenção também é salvar vidas. “Não é uma perspectiva de amortecer, mas sim para que elas não morram. A proposta é que, podendo falar dessa angústia, elas tenham mais força para lutar por seus direitos”, completou.
Como participar
Para psicólogos e parentes de presos interessados em participar do projeto, entrar em contato com a página
Rede de Proteção e Resistência Contra o Genocídio