Para cientista americano, referência mundial no debate sobre drogas, o maior problema de regiões como a Luz, em São Paulo, não é o crack: é a pobreza
A Cracolândia não existe para o professor Carl Hart, neurocientista da Universidade Columbia, nos EUA, referência mundial no debate sobre drogas, racismo e pobreza. Segundo o cientista, basta passar alguns minutos na região do centro de São Paulo apelidada de Cracolândia para perceber que as pessoas sofrem com a pobreza, o racismo e transtornos psiquiátricos, e que todos esses problemas são muito mais graves do que o consumo de alguma droga.
“Há muitos outros problemas acontecendo naquele local além das drogas. Então, se algum repórter ou conglomerado de mídia fala de crack em primeiro lugar, essa pessoa é uma fraude, ela é desonesta e não se importa com as pessoas do seu país”, afirma o cientista. Na mesma entrevista, ele critica as propostas de internação compulsória para dependentes químicos: “Como um adulto, você tem o direito de fazer mal a si mesmo”.
Hart falou com a Ponte na última vez em que visitou o Brasil, em setembro, para participar de um evento que reuniu os jovens da plataforma Movimentos, a agência Solano Trindade e a Iniciativa Negra por uma Nova Política de Drogas no espaço Aparelha Luzia, no centro de São Paulo.
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[…] (*) A Ponte evita usar a expressão “Cracolândia” para se referir a regiões ocupadas por pessoas pobres no bairro da Luz, em São Paulo, ou em outros locais, por considerá-la imprecisa e preconceituosa. As pesquisas mais amplas sobre o tema, como a Pesquisa Nacional sobre o Crack feita pela Fiocruz em 2016, apontam que as causas da situação de vida dessas pessoas estão muito mais relacionadas com a pobreza e a exclusão social do que com o uso de alguma substância. Entenda: ‘Repórteres que falam em Cracolândia são uma fraude’, diz Carl Hart. […]
[…] (*) A Ponte evita usar a expressão “Cracolândia” para se referir a regiões ocupadas por pessoas pobres no bairro da Luz, em São Paulo, ou em outros locais, por considerá-la imprecisa e preconceituosa. As pesquisas mais amplas sobre o tema, como a Pesquisa Nacional sobre o Crack feita pela Fiocruz em 2016, apontam que as causas da situação de vida dessas pessoas estão muito mais relacionadas com a pobreza e a exclusão social do que com o uso de alguma substância. Entenda: ‘Repórteres que falam em Cracolândia são uma fraude’, diz Carl Hart. […]