Ato no Grajaú, em São Paulo, relembra jovens mortos pela polícia

    Principal homenageado do evento, Dudinha foi assassinado por policiais militares, segundo testemunhas, em um terreno baldio da Favela do Sucupira, quando voltava de uma partida de futebol

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    Movimentos sociais, artistas e moradores da Favela do Sucupira, no Grajaú, Extremo Sul de São Paulo, realizaram, no último domingo (29/5), ato em homenagem ao Lucas Custódio dos Santos, o Dudinha, assassinado há um ano pela Polícia Militar, e a outros jovens vítimas de violência do Estado. A manifestação contou com shows de grupos de rap, peça teatral, apresentação de documentário e vídeos sobre violência policial e grafitaço nas casas e vielas da comunidade.

    Principal homenageado do ato, Dudinha foi assassinado por policiais militares, segundo testemunhas, em um terreno baldio da Favela do Sucupira, no dia 27 de maio de 2015, quando voltava de uma partida de futebol. Todos os policiais envolvidos no caso estão em liberdade.

    Reportagens sobre o caso:

    PM mata jovem de 16 anos e cria clima de terror no Grajaú

    PMs demoraram 5 horas para informar morte de adolescente

    Moradora relata agressões de PM no caso de morte de jovem no Grajaú

    “Se você não sair agora, vou dar um tiro bem na sua barriga, matar você e seu filho”

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    Ao longo de todo ato, Dudinha foi lembrado e recebia homenagens dos artistas e familiares. “Sinto tanta saudade de sair com ele, andar de bicicleta com ele. Ele era muito companheiro, ajudava a gente em tudo que era preciso“, lembrou Luiz Felipe Rocha de Lima, 21, primo de Dudinha. Luiz ainda disse que “para PMs, só o fato de sermos pobres já é falta de respeito para eles” e que “na favela, antes de falarmos, eles já batem na nossa cara.”

    Entre uma apresentação e outra, organizadores abriam o microfone para que moradores da região compartilhassem histórias que vivenciaram de violência e preconceito vindas de policiais. “É importante fazer esse trabalho nas quebradas, porque os moradores aqui saem de madrugada para ir trabalhar, voltam bem tarde, e às vezes não sabem que o preconceito e a violência que ele sofre é o mesmo que os vizinhos também sofrem”, explicou Edu Graja, 31, do Fórum de Cultura do Grajaú.

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