Coletivo pretende reunir em um mesmo espaço virtual organizações para acolher o sofrimento do processo de luto e preservar a memória das vítimas
Acolher. Esta é a missão da Rede Apoio Covid, coletivo que pretende auxiliar familiares de vítimas da pandemia de coronavírus, a partir de um acolhimento virtual e em rede. O vírus já matou mais de 72 mil pessoas no Brasil.
Ao menos cem organizações se reuniram para construir essa rede de amparo aos parentes dos mortos pelo coronavírus, que tem feito muitas vítimas entre a população negra e periférica. A intenção é ajudar psicossocialmente quem precisar de suporte.
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As ações são divididas em alguns grupos, como os de memoriais das vítimas, documentação e arquivo, psicossocial, dimensões espirituais e religiosas, transparência.
A pedagoga Ìyá Adriana t’Oluaiye, uma das coordenadoras gerais, detalha que a arte, como um memorial com mensagens, integra as ações. “Assim a morte não fica banalizada, não é uma história esquecida”, explica.
“O objetivo principal é acolher a dor, procurar uma homenagem ao eternizar a memória dos entes queridos. Nossa homenagem, nosso cuidado com as famílias enlutadas”, resume.
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Conforme texto dos organizadores, a iniciativa é independente, feita por cidadãos e cidadãs profissionais de diversas áreas, solidários às famílias e amigos.
“Não se trata de uma iniciativa ou rede dos familiares de vítimas, mas de solidariedade preventiva e ativa, reunindo imediatamente apoio especializado e humano que pode antecipar esforços e amenizar um pouco o sofrimento devastador”, explica texto da Segura a Onda, uma das organizações integrantes.
As ações serão gratuitas, com oferecimento de instituições de saúde mental e psicossocial a quem necessitar. O coletivo aceita doações para sustentar seu funcionamento. Os detalhes estão no link.