TSE cassou chapa do prefeito de Embu das Artes (SP), Ney Santos (PRB) e do vice; advogado do prefeito afirma que Santos irá recorrer e permanece no cargo
A juíza da Justiça Eleitoral Tatyana Teixeira Jorge cassou a chapa do prefeito Ney Santos (PRB) e de seu vice, Peter Calderoni (MDB), acusados de usarem dinheiro do tráfico de drogas na campanha. A decisão foi tomada na sexta-feira (6/4) e publicada nesta segunda (9). As contas da campanha de Santos e Peter são investigadas pelo Ministério Público desde que a dupla assumiu o comando da cidade.
À Ponte, o advogado do prefeito, Joel Matos Pereira, informou que vê a decisão com tranquilidade e que Santos não deixará seu cargo. “Nós estamos esperando a publicação da decisão da sentença no TRE (Tribunal Regional Federal) para entrar com o pedido dos recursos cabiveis”, disse Pereira.
Segundo a assessoria de imprensa do TRE, até a noite de terça-feira (10) a decisão da primeira instância ainda não havia chegado ao Tribunal.
O advogado qualificou a decisão de “errônea”. Segundo ele, “são 24 páginas no processo que pouco falam sobre a questão eleitoral”. Joel afirma que “as doações foram feitas por pessoas que têm condições para pagar a campanha”.
Segundo o Ministério Público, a chapa teria recebido contribuições da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital).
Investigado por lavagem de dinheiro e associação com tráfico de drogas, Ney Santos foi impedido de assumir a prefeitura de Embu das Artes após vencer as eleições de 2016. Passados dois meses, o ministro Marco Aurélio Mello, do STF (Supremo Tribunal Federal), concedeu um habeas-corpus ao réu. Em 12 de fevereiro do ano passado, prefeito e vice assumiram seus cargos.
Em março deste ano, um dia antes de o Supremo julgar o benefício concedido por Mello em plenário, Santos pediu afastamento por tempo indeterminado da Prefeitura embuense, sendo substituído pelo vice, Peter Calderoni. Depois que o plenário do STF decidiu pela manutenção do habeas-corpus, Santos voltou à prefeitura.
Outras polêmicas
Em 28 de dezembro do ano passado, o jornalista Gabriel Binho, do site Verbo Online, acusou a gestão de Santos de ordenar um ataque a tiros contra ele na rodovia Régis Bittencourt.
A Polícia Civil apontou o então subsecretário de Gestão Tecnológica e Comunicação, Renato Oliveira, e o agente penitenciário Lenon Roque como autores do crime.
Afastado da prefeitura, Oliveira foi denunciado, junto com Roque, por tentativa de homicídio triplamente qualificado. Ambos respondem em liberdade. À Ponte, Oliveira admitiu que seguiu Binho com o carro na rodovia, mas diz que esbarrou na moto do jornalista sem querer e nega ter atirado.