‘Meio que em off’ é o quarto livro do mestre do jornalismo policial e traz histórias importantes do jornalismo brasileiro; livro será lançado no dia 26/02 em SP

Mais de 30 anos de carreira em um livro. Esse é o conteúdo de Meio que em off: bastidores do jornalismo, (Letras do Brasil, 2019), novo livro do repórter policial Josmar Jozino, que será lançado na Cervejaria Central, região central de SP, no dia 26/2, às 20h.
Leia capítulo inédito do livro ‘Meio que em off’, de Josmar Jozino
Autor de três livros que retratam a realidade carcerária e o comportamento das facções criminosas – “Cobras e Lagartos” (2005), “Casadas com o crime” (2008) e “Xeque-Mate: O tribunal do crime e os letais boinas pretas – Guerra sem fim” (2012) –, Josmar chega ao quarto lançamento ainda negando ser um escritor, como disse à Ponte em entrevista em julho de 2018.
A obra, que parece ser uma obra de memórias, se torna uma publicação sobre a verdadeira história do jornalismo brasileiro. Josmar conta, nas mais de 250 páginas, momentos vividos por ele nas redações que fez parte desde o início de sua carreira, em 1984, incluindo as passagens por jornais como Folha Metropolitana de Guarulhos, Diário Popular (que depois se tornou Diário de São Paulo), Jornal da Tarde, Agora São Paulo e pela tevê Record. Desde 2016, ele integra o time de jornalistas da Ponte.
Com 24 capítulos, escritos em primeira pessoa, o leitor será presenteado com momentos tristes e situações engraçadas, além de momentos mais pessoais do autor, como o capítulo que Josmar fala de seu filho, Lucas, que também é jornalista. Outro assunto tratado pelo jornalista foram as ameaças que recebeu ao longo da sua carreira. Mas, já avisa o autor nas primeiras páginas, esse livro não foi escrito em ordem cronológica ou de forma linear.
Para quem conhece Caveirinha, apelido do mestre do jornalismo policial, sentirá conforto na escrita que mostra muito dele, com o uso de gírias, expressões e até palavrões leves. Quem não conhece, terá a chance de saber um pouco mais a trajetória desse que é, hoje, o maior jornalista policial em atividade. Durante a leitura, dá pra sentir como era a vida dentro de uma redação em tempos não distantes em que o jornal impresso reinava e vivenciar os apuros e momentos tensos vividos por Josmar.
Em entrevista à Ponte, Josmar contou de onde surgiu o nome a publicação. “Quando eu trabalhava no Jornal da Tarde, o Fernando Molica, que era da Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo), me ligou. Ele produzia uma coletânea que se chamava ’50 anos de crime’ e aí ele tinha escolhido umas 6 matérias minhas da época do Diário Popular, tudo sobre o crime organizado. Aí ele falou quais eram as matérias e pediu para eu escrever um making of. Aí, beleza, eu me despedi dele e falei ‘puta merda mano, o cara da Abraji me ligou aí, disse que tá lançando uma coletânea sobre os 50 anos de crime no Brasil e pediu para eu escrever uma coisa meio que em off, se é meio que em off, para que que é para eu escrever?’ [off é um jargão jornalístico para informações passadas por um entrevistado com o gravador desligado]. O repórter Bruno Tavares, que sentava do meu lado, falou ‘mas você é burro, mesmo, não é meio que em off, é making of, para você escrever os bastidores’. Aí foi uma gozação total na redação. E eu falei que um dia escreveria um livro com esse nome”, conta.
Serviço:
Data: 26 de fevereiro
Horário: 20h
Local: Rua Jesuíno Pascoal, 101 – Vila Buarque – Santa Cecília