Reduto militante, Espaço Cultural Latino Americano, o Ecla, corre risco de fechar

    Pandemia de coronavírus afetou a sobrevivência do local, cuja principal renda é seu bar: ‘dificuldade financeira enorme’, admite fundador

    Após 11 anos de serviços prestados à causa, o Espaço Cultural Latino-Americano, símbolo de resistência política no Bixiga, bairro da zona central de São Paulo, está sob o risco de fechar as portas.

    Com a pandemia de Covid-19, o espaço, que funciona como ponto de encontro, cineclube, espaço de ensaio e mais, perdeu sua principal fonte de renda: o bar. Assim, sem renda durante o isolamento social, existe o risco real de não abrir nunca mais.

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    “O Ecla está passando uma dificuldade financeira enorme. Estamos fechados desde março”, lamenta Claudimar Gomes, fundador do espaço.

    “Os companheiros que frequentam foram dando opiniões. Foi enriquecendo pelo caminho e virou o que o Ecla é hoje”, explica Gomes, cercado pelos símbolos do local. São bandeiras, quadros e faixas de grupos voltados para a democracia.

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    As histórias folclóricas do Ecla, chamado carinhosamente também de Toca do Saci, abundam. Durante um evento religioso antifascista, um reverendo desenhou um Karl Marx na parede do bar. A estátua de isopor de Vladmir Lênin segue lá, agora de máscara. Mas essa alegria pode estar prestes a acabar, a não ser que Claudimar encontre uma solução para o perrengue atual.

    À Ponte, ele admitiu que cogitou fechar o espaço e abrir um “boteco qualquer para viver” ao ver as dívidas aumentando e aumentando. Isso, conta, na hora da raiva. Logo colocava a cabeça no lugar.

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    “Quando você começa a refletir… Como é que eu vou viver sem essa discussão, sem esses companheiros que vem conversar? Não tem como! É uma coisa para sempre”, reconhece.

    Para evitar que o espaço seja perdido, o fundador do Ecla criou uma campanha de arrecadação online na plataforma Apoia-se. Quem puder contribuir, basta acessar o link: apoia.se/eclatocadosaci.

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