Chico César, Tássia Reis, Conceição Evaristo, Ailton Krenak e Sebastião Salgado são algumas das personalidades que participam do “dh fest – Festival de Cultura em Direitos Humanos” entre os dias 7 e 14 de março.
A primeira edição do “dh fest – Festival de Cultura em Direitos Humanos” que acontece entre os dias 7 e 14 de março de forma online e gratuita, vai trazer música, filmes, debates e outras atrações culturais. O evento organizado pelo Instituto Vladimir Herzog, em parceria com o Sesc São Paulo e a Pardieiro Cultural, quer propor uma reflexão acerca da liberdade de expressão, da justiça, democracia, sustentabilidade e dos direitos dos povos indígenas e quilombolas.
Para colocar os temas em discussão, foram convidados artistas e pesquisadores notáveis, representando a diversidade cultural brasileira por diversos espaços. Abrindo os trabalhos do festival, o cantor e compositor paraibano Chico César faz um show às 19h deste domingo (7/3), cantando suas vivências político-sociais. Nos demais dias, a artista Tássia Reis, o coletivo LGBT+ Baile em Chernobyl e o rapper indígena, Kunumi MC são as outras atrações musicais convidadas.
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Além disso, o dh fest oferece uma seleção com mais de 30 filmes em cartaz para embasar as discussões sobre os direitos humanos. Entre eles estão a estreia da obra “Kunhangue Arandu – A Sabedoria das Mulheres”, de Alberto Alvares e Cristina Flória, o documentário “A Cordilheira dos Sonhos”, de Patrício Guzmán, premiado no Festival de Cannes, o longa “Meu Nome é Bagdá”, de Caru Alves de Souza, e o filme “Alice Júnior”, que traz a atriz trans Anne Mota como protagonista.
O evento, com curadoria do produtor Leandro Pardí e do cineasta Francisco Cesar Filho, propõe ao público pensar em como mudar a realidade de desigualdades sociais e violência através do recorte cultural e artístico, e convida para aprofundar as temáticas nos ciclos de debates. Carolina Vilaverde, do Instituto Vladimir Herzog, coordenou a organização destes debates e conta da importância de um festival como esse no momento que o país passa pela pior fase da pandemia e critica a falta de ações do governo federal.
“O primeiro e mais elementar dos direitos humanos é o direito à vida. Garantir a vida é fundamental para efetivar todos os demais direitos. São mais de 260 mil mortes de brasileiros e brasileiras por Covid-19, é a maior tragédia de saúde pública que já vivenciamos. É inadmissível que o Brasil tenha retornado ao mapa da fome. A ideia do dh fest é também nos opor a este projeto de morte, que despreza o conhecimento e a cultura, é falar da vida, valorizando o que temos de melhor, nossa diversidade, nossa cultura”, afirma Carolina.
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Carolina acredita que há um desmonte de políticas públicas no país e que o debate sobre direitos humanos no Brasil tem tido um retrocesso por conta da violência institucional, das ameaças feitas à imprensa, nas apologias à ditadura e a tortura e com a criminalização do movimentos sociais.
Ela conta que a curadoria de todas as atrações culturais “foi pensada de forma que as obras e os encontros dialogassem entre si, reforçando justamente o entendimento de que os direitos humanos não existem isolados, mas são transversais e interdependentes, assim como nós”.
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O festival apresentará um ciclo de debate por dia a partir de segunda-feira (08). O primeiro bate-papo, no Dia Internacional da Mulher, será com a escritora mineira Conceição Evaristo, e a pedagoga e afrotransfeminista, Maria Clara Araújo, sobre a trajetória de resistência contra o silenciamento das mulheres.
Durante os outros dias do evento as conversas envolvem as questões raciais, o apagamento cultural dos povos originários, a memória da ditadura militar brasileira, o retrato latino-americano no cinema e o futuro da humanidade. Entre os convidados estão o fotógrafo Sebastião Salgado, o escritor indígena Ailton Krenak, o ativista quilombola Nêgo Bispo, o documentarista chileno Patricio Guzmán e a jornalista e escritora Bianca Santana.
Confira a programação completa e as atividades extras do festival no site: www.dhfest.com.br