Marco Camacho, o Marcola, é apontado pelo MP-SP como líder do PCC. Ele estava preso isoladamente por envolvimento na criação de uma célula jurídica, segundo Operação Ethos
O preso Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, apontado pelo Ministério Público Estadual como o líder máximo do PCC (Primeiro Comando da Capital), deixou o RDD (Regime Disciplinar Diferenciado) após cumprir um ano de castigo. Marcola estava internado no CRP (Centro de Readaptação Penitenciária) de Presidente Bernardes.
Ele foi internado junto com outros 10 presos, todos integrantes do PCC, acusados na Operação Ethos de envolvimento na criação de uma célula jurídica da facção criminosa, chamada de “sintonia dos gravatas”.
Segundo o Ministério Público Estadual, Marcola era o presidente do “conselho deliberativo”, do PCC. O preso nega envolvimento com a facção criminosa.
Além de Marcola estavam internados no RDD Daniel Vinícius Canônico, o Cego, Paulo Cézar Souza Nascimento Júnior, o Paulinho Neblina, Valdeci Francisco da Costa, o CI, entre outros.
Os presidiários ficaram um ano no castigo sem direito a visita íntima. Permaneceram 22 horas trancados em cela individual.
Só podiam ficar duas horas diárias no banho de sol em grupos de no máximo três presos. Também não tinham acesso a rádio, TV, jornal e revista.
Todos eles foram transferidos de volta para a Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, onde cumpriam pena antes da internação no RDD.
Em audiência judicial no processo da Operação Ethos, Marcola pediu ao juiz Gabriel Medeiros para ser transferido para uma cadeia de “oposição”, ou seja, uma prisão que não tenha integrantes do PCC.
Segundo especialistas em segurança pública, ele fez esse pedido como estratégia para tentar mostrar à justiça que não pertence nem é líder de nenhuma facção criminosa.
O pedido feito por Marcola foi gravado pela Justiça. A Ponte conseguiu as imagens e publicou a notícia com exclusividade.
O Ministério Público Estadual aguardava com expectativa a chegada de Marcola na P-2 de Presidente Venceslau.
E isso para tentar apurar qual vai ser a reação dele em relação ao assassinato do preso Edilson Borges Nogueira, o Birosca.
Birosca foi assassinado a golpes de estilete, na semana passada, durante banho de sol em um dos pátios da P-2 de Presidente Venceslau. Ele era reverenciado pela massa carcerária.
Promotores de Justiça querem saber se a ordem para matar Birosca partiu de alguém da cúpula do PCC.
Por ao menos duas décadas, Birosca integrou o alto escalão da maior organização criminosa do País.
Os presos Danilo Antonio Cirino Felix, o Montanha, 29 anos, e Gilberto Sousa Barbosa Silva, o Caveira, 46 anos, confessaram o crime.
Segundo a Polícia Civil, ambos, no entanto, não deram informações sobre a motivação do crime nem revelaram se receberam ordens para cometer o assassinato.