Crime condena seis membros pela morte de Gegê do Mangue e Paca, em bilhete escrito em fevereiro; MP confirma veracidade do comunicado obtido pela Ponte
Um salve (recado) espalhado dentro das prisões pelo PCC (Primeiro Comando da Capital) decreta a caçada a seis membros da facção, acusados de matarem dois líderes do grupo. Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue, e Fabiano Alves de Souza, o Paca, morreram em uma emboscada no dia 16 de fevereiro, em uma área indígena do Ceará. Em contato com a Ponte, o MP (Ministério Público) confirma a veracidade do comunicado.
“Deixamos todos os irmãos e o crime em geral cientes que, a partir desta data: 27/2/2018, estão decretados (condenados à morte) pelo Primeiro Comando da Capital Neguinho Rick da Baixada, Andrezinho da Baixada, Palito ou Maguila Z/L, Meleca Z/L, Ceariba ou Ceará Z/L e o Fuminho Z/S que se encontra na Bolívia. Esses lixos, vermes da pior espécie, estão sendo decretados pela covardia que fizeram com os nossos irmãos Gegê e Paca. Ass: Primeiro Comando da Capital”, diz o recado, escrito de próprio punho em uma folha de caderno.
No dia 22 de fevereiro, outro bilhete interceptado na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, no interior de São Paulo, indica que o PCC mandou matar Gegê e Paca, sob a suspeita de estarem roubando dinheiro do crime.
Segundo o recado, o mando para os assassinatos partiu de Gilberto Aparecido dos Santos, o Fuminho, e quem executou a tarefa teria sido Wagner Ferreira da Silva, o Cabelo Duro. No mesmo dia, Cabelo Duro morreu em um ataque com fuzis em frente a um hotel, no Tatuapé, zona leste de São Paulo.
A polícia cearense identificou o piloto Felipe Ramos Morais e o Cabelo Duro como integrantes do voo que terminou com a morte dos líderes. O helicóptero usado no dia do crime foi apreendido em São Paulo. Apadrinhado por Gegê no crime, Cabelo Duro morreu como queima de arquivo, suspeita o MP.
A Ponte havia publicado que Andrezinho do Itapema, Rick e Neguinho do Santo Antônio, citados no bilhete, estavam desaparecidos. José Adinaldo Moura, o Nado, também é outro membro da facção na Baixada Santista cujo paradeiro é um mistério. Na Baixada, há rumores de que todos foram mortos, informação não confirmada pela Polícia Civil.
Para o MP, Fuminho está foragido e atualmente na Bolívia, informação que bate com o novo ‘salve’. Ele é apontado como gerente nas ruas de Marcola, considerado pelo órgão o chefe máximo do PCC, preso na P2 de Presidente Venceslau.
[…] princípio, a ordem do PCC era realmente para matar os autores do duplo homicídio. Posteriormente, porém, eles foram perdoados por Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, […]