Novo julgamento da chacina de Osasco, a maior da história de SP, é adiado para 2021

    GCM Sérgio Manhanhã e ex-PM Victor Cristilder tiveram sentenças de 100 anos anuladas pelo Tribunal de Justiça de SP, mas seguem presos; advogado solicitou adiamento por suspeita de Covid-19

    Câmera de segurança flagrou ação dos matadores em um bar de Barueri | Foto: Reprodução

    A Justiça de São Paulo adiou o julgamento de dois réus da maior chacina da história de São Paulo, com 23 mortos em Osasco e Barueri em agosto de 2015. O júri aconteceria nesta segunda-feira (23/11), mas acabou postergado por causa de uma suspeita de Covid-19.

    No sábado (21/11), o advogado dos réus, João Carlos Campanini, entrou com petição pedindo o adiamento por estar com suspeita de coronavírus. A Justiça aceitou e, inicialmente, agendou o novo júri para 22 de fevereiro de 2021.

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    A Ponte confirmou o adiamento com a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça de São Paulo, que não definiu a provável data do julgamento. Apenas explicou que “este ano certamente não será”.

    Parentes das vítimas criticam o adiamento. “É uma matança aos poucos das famílias. Se fosse o contrário já tinham resolvido”, diz Zilda Maria de Paula, mãe que perdeu o único filho, Fernando Luís de Paula, em um dos ataques. “Nem direito a recorrer deveriam ter por um massacre tão brutal”.

    O Guarda Civil Municipal de Barueri Sérgio Manhanhã e o ex-PM Victor Cristilder respondem pelo crime presos. As defesas tentaram habeas corpus para aguardarem o júri em liberdade, sem sucesso.

    Desembargadores da 7ª Vara Criminal do TJ-SP anularam duas das quatro sentenças | Foto: Arthur Stabile/Ponte Jornalismo

    Em agosto de 2019, o Tribunal de Justiça anulou a sentenças de 100 anos e 10 meses e de 119 anos, 4 meses e 4 dias, respectivamente. Eles só serão libertados da prisão caso inocentados no novo julgamento.

    Os desembargadores da 7ª Vara Criminal consideraram frágeis as provas responsáveis pelas condenações de Manhanhã e Cristilder. Para os magistrados, somente com os elementos apresentados à Justiça não é possível confirmar a participação dos dois na chacina.

    Uma delas é a troca de joinhas em que ambos trocaram pelo aplicativo WhatsApp, que indicaria o início e o fim dos ataques em diferentes áreas de Osasco, Barueri, Carapicuiba e Itapevi.

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    Na mesma avaliação, os juízes de segunda instância mantiveram as penas dos ex-PMs Fabrício Eleutério e Thiago Henklain, condenados em setembro de 2017 a cumprir 255 anos, 7 meses e 10 dias; e a 247 anos, 7 meses e 10 dias de prisão, nesta ordem.

    Manhanhã recebeu pena de 100 anos no mesmo júri que condenou Eleutério e Henklain. Já Cristilder teve julgamento isolado, em março de 2018, no qual recebeu a pena de 119 anos.

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